A economia do mar como caminho para o futuro que já construímos

Saquarema acaba de se tornar o único município do Rio de Janeiro, além da capital, a assinar a Carta de Compromisso dos Governos Subnacionais Brasileiros com Soluções Climáticas Baseadas no Oceano. A assinatura, realizada no último dia 3 em agenda oficial da presidência da COP30 é a confirmação de um projeto de cidade que reconhece o mar como ativo estratégico e patrimônio coletivo.

Ao assumir metas e diretrizes voltadas ao fortalecimento da economia azul recebemos, mais uma vez, o reconhecimento pela visão de desenvolvimento que integra proteção ambiental, inovação e prosperidade. A economia do mar - que envolve pesca sustentável, turismo responsável, esportes, ciência oceânica, logística costeira e cultura marítima - é hoje um dos eixos mais promissores para geração de renda e emprego no mundo. E Saquarema pretende acompanhar essa agenda com a determinação de liderá-la com responsabilidade e planejamento.

Esse compromisso não surge de forma isolada. Nos últimos anos, adotamos políticas públicas que consolidaram a sustentabilidade como diretriz transversal. Da educação oceânica nas escolas ao ordenamento territorial, passando pelo incentivo à economia circular, pela gestão costeira integrada e pela valorização de serviços ecossistêmicos, construímos uma governança ambiental que dialoga com o futuro e que já produz resultados reconhecidos internacionalmente.

A presença de Saquarema no calendário global do surfe, sendo a única cidade do mundo a receber três etapas da World Surf League, é fruto da qualidade de nossas águas, da capacidade de gestão costeira e do entendimento de que natureza não é obstáculo ao desenvolvimento, mas sua base mais sólida. O programa "Saquarema 2030", alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e as certificações Bandeira Azul em praias do município reforçam essa trajetória.

Quando uma cidade escolhe proteger seu litoral, planejar sua expansão urbana, educar suas crianças sobre o oceano e conectar sua economia ao seu ecossistema, ela escolhe políticas públicas alinhadas a um futuro sustentável possível. Essas conquistas não surgiram por acaso. São resultado de escolhas políticas, administrativas e sociais. Optamos por uma cidade que planeja antes de avançar, que organiza o uso do território sem abrir mão de suas vocações naturais e que entende o mar como fonte de trabalho, alimento, conhecimento, turismo, esporte e identidade.

Assinar esta Carta não é ponto de chegada. É ponto de partida para aprofundarmos soluções climáticas baseadas no oceano, ampliarmos o diálogo com a ciência e consolidarmos cadeias produtivas que gerem emprego, movimentem a economia local e preservem nossos ecossistemas.

O mar moldou Saquarema. Agora, é nossa vez de honrar essa vocação com responsabilidade, inteligência e coragem.

O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].