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Participação feminina
24/11/2025 10:00
Ainda faltam sete anos para que as mulheres possam celebrar o centenário da conquista do voto feminino. O crescimento da participação feminina em espaços de poder ainda é modesto, mas quem trilha ainda hoje esse caminho tem consciência do quanto já se avançou. Um caminho sem volta, no qual rejeitam o papel de meras coadjuvantes.
Assim, mulheres das cinco regiões e dos seis biomas brasileiros se mobilizaram para apresentar suas demandas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas - COP 30, concluída em Belém. Em meio a divergências sobre a transição dos combustíveis fósseis, protestos indígenas e até um início de incêndio em um dos pavilhões do evento, a Bancada Feminina apresentou ao mundo a Carta das Mulheres para a COP 30.
A iniciativa, lançada pela Quero Você Eleita - laboratório de inovação política coordenado pela advogada Gabriela Rollemberg - ganhou rapidamente a adesão de coletivos femininos como o Instituto Azmina e o Grupo Mulheres do Brasil, entre quase 100 entidades e empresas que se uniram por acreditarem que nenhum plano de mitigação climática terá sucesso sem a participação feminina.
O documento, fruto de um trabalho coletivo, sugere diferentes caminhos para garantir esse engajamento: desde a criação do Fundo "Mulheres Guardiãs dos Biomas", com ampliação de pagamentos por serviços ambientais, até cotas de cadeiras femininas para o Legislativo em todos os níveis, além de ações preventivas contra a violência.
Prioridades que transcendem a pauta climática, mas refletem a realidade e os desafios que enfrentam ainda hoje. E por trás da história de cada uma delas, pode-se constatar a transformação que são capazes de promover quando ocupam espaços de poder.
Tomo como exemplo a deputada Soraya Santos (PL-RJ). Ao chegar à Câmara Federal em 2015, ela conta que rapidamente constatou que parte da legislação brasileira "era capenga", após ouvir a queixa de uma mulher cadeirante que se sentia duplamente punida na luta contra o câncer de mama. Nunca havia conseguido fazer uma mamografia, pois os aparelhos da rede pública não tinham regulação de altura.
A deputada, então, mobilizou a bancada feminina e conseguiu aprovar uma lei exigindo que qualquer equipamento adquirido pelo Sistema Único de Saúde, a partir de então, tivesse regulação de altura. Um exemplo simples, mas que ilustra o alcance dessa atuação.
Na construção da Carta, muitas outras histórias como essa foram compartilhadas, revelando que os desafios femininos se repetem em vários outros setores, mas reforçando também a importância da atuação conjunta dessas mulheres para a conquista de resultados efetivos.
Como bem pontuou a presidente nacional da Organização Brasileira de Mulheres Empresárias (OBME), Lilian Schiavo, entidade criada em 1945 para permitir que as mulheres pudessem substituir o trabalho masculino nas fábricas durante a 2ª Guerra Mundial. Ou seja, mesmo quando necessária e essencial, a participação feminina enfrenta resistências de toda ordem.
De lá para cá, muitas outras batalhas precisaram ser encaradas, mas essas mulheres seguem mobilizadas e compartilham o segredo do sucesso de suas vitórias através do lema adotado da OBME: "Sozinhas invisíveis, juntas invencíveis". Sem dúvida, esse é o caminho!
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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