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Aldemario Araujo Castro
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Até a poupança revela a profunda desigualdade socioeconômica brasileira
Aldemario Araujo Castro
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Aldemario Araujo Castro
Bets: além da transferência de renda dos mais pobres para os mais ricos
3/10/2021 | Atualizado 10/10/2021 às 12:12
Os dados são do Cadastro Único do governo federal, o chamado CadÚnico. Família em extrema pobreza é aquela com renda per capita de até R$ 89 mensais.
Ainda segundo o UOL, existiam 2,2 milhões de famílias elegíveis na fila de espera no programa Bolsa Família em junho de 2021. Esse número cresceu quase 20% entre os meses de fevereiro e junho.
Outro dado é espantoso. Cerca de 41,1 milhões de brasileiros, em junho de 2021, se encontravam na triste condição de miséria. Trata-se do maior número desde agosto de 2012, quando começaram os registros.
O economista Eduardo Moreira fez um levantamento estarrecedor e muito emblemático do paradoxo socioeconômico brasileiro. Enquanto crescem exponencialmente as dificuldades de milhões de brasileiros para conseguir o mínimo de alimentos para a mera sobrevivência, as quatro principais empresas de proteína animal na bolsa de valores experimentaram incrementos bilionários nos seus valores de mercado nos últimos quatro meses (quando a bolsa como um todo apresentou trajetória de queda). Veja o gráfico produzido pelo referido economista:
Os rumos escolhidos pelo Governo Bolsonaro aperfeiçoam os mecanismos que produzem a secular corrupção sistêmica e agravam significativamente a pobreza e a marginalização social no Brasil.
Por um lado, o Governo Bolsonaro não ataca, não atacou e não atacará as causas estruturais da desigualdade no Brasil. São intocáveis, entre outros: a) os juros praticados e exigidos de pessoas naturais e empresas; b) o sistema tributário regressivo lastreado na oneração majoritária do consumo; c) os privilégios fiscais (sonegação, benefícios, paraísos fiscais, etc); d) a administração da Dívida Pública; e) os subsídios de várias naturezas; f) a administração das reservas monetárias e g) a atuação da autoridade monetária (operações compromissadas, swaps cambiais, etc). Dito de forma simples e direta, o Governo Bolsonaro assume o seu papel de administrador político dos interesses socioeconômicos mais mesquinhos e promotores das profundas iniquidades existentes na sociedade brasileira.
De outra banda, inexiste uma política formatada e conduzida pelo Governo Bolsonaro voltada para a dinamização, mesmo conjuntural, da atividade econômica. Não existem ações planejadas e executadas no sentido de destravar o consumo das famílias, o gasto público (convivemos com o pouco inteligente, seletivo e iníquo "teto de gastos") e os investimentos produtivos (não são os especulativos !!!) internos e externos.
Felizmente, a extensão da riqueza produzida no Brasil é suficiente para promover uma vida digna para todos os integrantes de sua população. Precisamos de um governo de caráter democrático e popular que construa as políticas e os programas públicos voltados para a realização desse objetivo (ou seja, um novo modelo socioeconômico). Em outras palavras, é preciso inverter a lógica de olhar e privilegiar os mesmos de sempre (os grandes empresários nas áreas comerciais, industriais, de serviços e financeiras, latifundiários e especuladores).
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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