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Advogada repassou ordens para assassinar agentes

Congresso em Foco

14/7/2006 | Atualizado às 7:51

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Uma advogada levou a ordem da principal facção criminosa de São Paulo para assassinatos em série de agentes penitenciários no estado. Relatório reservado do Ministério Público estadual, ao qual O Globo teve acesso, revela que a ordem foi dada no dia 26 de junho, na cadeia de Getulina, quando a advogada se reuniu com um dos principais chefes da quadrilha. Em depoimento à Polícia Civil, ela negou ter passado o recado adiante, mas dois dias depois do encontro agentes penitenciários começaram a ser atacados e mortos. Mais de 15 foram assassinados desde então, sem contar os atentados de ontem e anteontem.

Na matéria de Alan Gripp, o relato faz parte de uma denúncia oferecida pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaerco) à Justiça contra três advogados que se aliaram à facção que comanda, de dentro dos presídios, a onda de violência em São Paulo. Eles foram flagrados em gravações atuando como mensageiros dos chefes da quadrilha para determinar assassinatos e rebeliões.

Os profissionais, que estão presos, foram denunciados por formação de quadrilha, motim de presos, dano ao patrimônio público e cárcere privado. Seus nomes foram preservados porque eles estão jurados de morte.

Serviços oferecidos aos presidiários

A ordem para as mortes dos agentes penitenciários foi dada, segundo os promotores do MP, por Anderson de Jesus Parro, conhecido como Moringa. Apontado como um dos chefes da facção, ele determinou que a advogada levasse a ordem a outro preso, conhecido como Magrelo, no presídio de Flórida Paulista, que a repassaria para integrantes da quadrilha soltos. Segundo relatório, a ordem "bem evidencia a audácia e organização da quadrilha, efetivamente integrada pela advogada".

No dia 5 de junho, a mesma advogada recebeu de Orlando Mota Júnior, o Macarrão, no parlatório do presídio de Presidente Venceslau, a determinação de repassar a ordem para o início de rebeliões nos presídios de Flórida Paulista e Lavínia. Ela deveria dizer a Moringa para "virar as cadeias". Segundo o relatório, o encontro de fato ocorreu e, dois dias depois, tiveram início motins em Flórida Paulista, Lavínia e outras 15 cadeias do estado.

No primeiro encontro, a advogada repassou a Macarrão informações detalhadas sobre a situação dos presídios da região. No fim da conversa, foi além: recomendou ao preso a destruição das penitenciárias federais em construção e recebeu dele a informação de que isso já havia sido determinado pela liderança da facção.

Uma conversa entre outra advogada e Macarrão, também gravada no parlatório de Presidente Venceslau, mostra sua importância para a quadrilha. Macarrão informa à advogada que, a partir daquele momento, ela passaria a ser o elo entre ele o chefe da facção, Marcos Camacho, o Marcola. O contato passaria a ser feito por um preso que cumpre pena numa cela vizinha à de Marcola, Luiz Henrique Fernandes, o LH.

Nesse mesmo dia, Macarrão dá à advogada a ordem de "fazer quebrar" e "colocar no chão" as penitenciárias de Araraquara e Itirapina II. A ordem, relata o documento, foi repassada prontamente por celular ao preso Cláudio Rolin de Carvalho, conhecido como Polaco, na Penitenciário de Junqueirópolis."Os fatos que se seguiram à comunicação da advogada foram devastadores", diz o relatório.

Nos dias 16 e 17 daquele mês presos se rebelaram nos dois presídios que receberam as ordens, além da penitenciária de Mirandópolis. As três unidades foram parcialmente destruídas, causando prejuízo de cerca de R$ 28 milhões, e funcionários foram feitos reféns e torturados. "Este fato também era previsto pela denunciada, já que indissociável da ordem dada... Muitas delas (vítimas) foram submetidas a queimaduras com pontas de cigarro, ameaçadas de morte".

Outro advogado denunciado pelos promotores, preso pela acusação de entrar em um presídio com celulares e dinheiro, surpreendeu os promotores ao se pôr à disposição dos criminosos. Segundo o relatório, ele disse a Macarrão que aceitava um "encargo de confiança para tornar-se um dos principais pombos-correios da facção criminosa em função da facilidade que a proximidade de seu escritório proporcionava".

O texto termina com uma avaliação dura do papel dos advogados no funcionamento da quadrilha: "Os três advogados desvirtuaram a relação profissional (...), transmitiram ordens constantes das lideranças da facção a outros presos que possibilitaram atos de violência e destruição, que, conforme é notório, deixaram um rastro de barbárie, sangue e mortes".
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