O relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), disse hoje que vai pedir o indiciamento de Klinger Luiz Oliveira, ex-secretário da prefeitura de Santo André, Ronan Maria Pinto, empresário do ramo de transportes no município, e Sérgio Gomes da Silva, o "Sombra", apontado como o mandante do assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, morto em 2002.
Os três são acusados de participar de um suposto esquema de arrecadação ilegal de verbas em Santo André para alimentar o caixa dois do PT para campanhas.
Hoje, a comissão ouviu a empresária Rosângela Gabrilli, que apresentou provas da existência do suposto esquema de arrecadação em Santo André. Ela afirmou que Klinger, Ronan e Sérgio eram os principais operadores do esquema. Os membros da CPI disseram que o depoimento reforçou a tese de que o assassinato de Celso Daniel foi motivado por questões políticas. Os parlamentares desconfiam que o ex-prefeito morreu quando tentava desmantelar o suposto esquema de propina no município.
Proprietária de uma empresa de ônibus, a depoente relatou que as duas companhias que operam o serviço na cidade contribuiram mensalmente, entre 1997 e 2001, para a "caixinha do transporte", com valores que variavam de R$ 300 a R$ 550 por carro. Rosângela informou que a cobrança só foi suspensa após a morte do ex-prefeito.
A empresária estava tensa e chegou a chorar durante o depoimento. Ela revelou que seu pai reuniu-se com Celso Daniel para uma conversa logo depois de o ex-prefeito tomar posse. O pai de Rosagêla era o dono da empresa de ônibus. Segundo a depoente, Celso Daniel avisou que cuidaria apenas dos assuntos políticos a "administração da cidade dali em diante" seria responsabilidade de Klinger.
Alguns dias depois, Klinger teria marcado outro encontro com o pai de Rosângela, junto com Ronan e com Sérgio Gomes. Segundo a empresária, nesta segunda reunião Klinger avisou que as empresas de ônibus teriam de repassar, todo dia 30, dinheiro para o caixa dois do PT.