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Congresso em Foco
27/9/2005 | Atualizado às 9:17
Ricardo Ramos e Diego Moraes
Nenhum dos nove possíveis candidatos à presidência da Câmara chancelou tanto as decisões do governo Luiz Inácio Lula da Silva como o deputado do PMDB Michel Temer (SP). Essa é a principal conclusão do levantamento feito pelo Congresso em Foco a partir das votações mais polêmicas para o Planalto desde o início da atual legislatura, em 2003. Assim como o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), candidato de Lula que passou boa parte do mandato como ministro da Articulação Política, mas que, na Câmara sempre compôs com o governo, o presidente nacional do PMDB votou a favor das reformas tributária e da Previdência, das medidas provisórias que reajustaram o salário mínimo em 2004 e 2005 e do projeto da Lei de Biossegurança.
Nonô, um voto ao governo
Um dos candidatos da oposição mais temidos pelo governo, o presidente interino da Casa, José Thomaz Nonô (PFL-AL), trilhou pelo caminho oposto ao de Temer. O pefelista, que conta com apoio dos tucanos para a eleição de amanhã, foi voto vencido na reforma da Previdência. E votou em branco na primeira etapa da reforma tributária, quando o Congresso aprovou a desvinculação das receitas da União. Nonô foi favorável ao salário mínimo de R$ 260 em maio do ano passado, enquanto boa parte do seu partido apoio o valor de R$ 275. Por estar ocupando o cargo de vice-presidente da Câmara este ano, não votou no aumento do piso para R$ 300 nem referendou a lei que permitiu o comércio de transgênicos.
A julgar pelas votações polêmicas, o receio do governo Lula de que os candidatos do trio do baixo clero marquem uma postura de independência se justifica. Os candidatos Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), Ciro Nogueira (PP-PI) e João Caldas (PL-AL), de partidos que em fevereiro deste ano votaram em massa na eleição de Severino Cavalcanti (PP-PE), foram contrários, em 2004, à elevação de R$ 20 do mínimo. No primeiro ano do governo, o piso era de R$ 240. No aumento do salário mínimo deste ano, Ciro Nogueira, afilhado político de Severino, novamente votou contra, enquanto Fleury e Caldas deixaram de votar por motivos diversos: o primeiro estava de licença médica, e o segundo, em missão oficial.
Ciro, o "príncipe do baixo clero", foi além na sua sanha anti-governista - embora seu partido, o PP, seja da base aliada. Votou em branco na reforma tributária. Também não declarou apoio à reforma da Previdência, porque estava em missão oficial pela Câmara. Quando já ocupava a quarta-secretaria, João Caldas também deixou de votar na Lei de Biossegurança, uma das mais importantes vitórias do governo Lula na gestão de Severino.
Coelhos rebeldes
A rebeldia com relação às propostas de maior interesse do governo é ainda mais forte entre os candidatos com remotas chances de se eleger. Os deputados Alceu Collares (PDT-RS) e Jair Bolsonaro (PP-RJ) votaram contra, no segundo turno, as duas propostas de emenda à Constituição que alteraram as regras da Previdência Social e do sistema tributário brasileiro. Por sua vez, o ex-ministro do Trabalho e deputado fluminense Francisco Dornelles (PP) é outro postulante que reagiu com voto aos aumentos do salário mínimo do governo Lula em 2004 e 2005. No ano passado, Dornelles votou contra e, este ano, absteve-se de votar.
Critérios
O levantamento do Congresso em Foco considerou as votações dos candidatos à presidência da Câmara em segundo turno no Plenário das reformas da Previdência (PEC 40/03) e Tributária (PEC 41/03). A análise do posicionamento dos candidatos em relação às propostas do governo levou em conta também as medidas provisórias que reajustaram o salário mínimo em 2004 (MP 182/2004) e em 2005 (MP 284/2005), além da Lei de Biossegurança (substitutivo ao PL 2401/2003 do Senado).
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