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Congresso em Foco
22/12/2025 | Atualizado às 9:30
Uma propaganda da marca de chinelos Havaianas tem repercutido no meio político, especialmente entre parlamentares e lideranças da direita. A controvérsia envolve a atriz Fernanda Torres, protagonista da peça publicitária, que fala sobre não começar 2026 com o "pé direito".
Para esses parlamentares, a campanha foi interpretada como um recado político de alinhamento contrário a esse campo ideológico, em um contexto de pré-ano eleitoral. Eles passaram a associar a mensagem do comercial a uma sugestão de começar o próximo ano com o "pé esquerdo" — algo que não é mencionado no vídeo, que faz referência apenas à ideia de iniciar o ano com "os dois pés". Após essa leitura, políticos da direita recorreram às redes sociais para defender um boicote à marca.
"Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não é nada com a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o ano novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca. Os dois pés onde você quiser", diz a atriz no vídeo.
Um dos primeiros a reagir foi o ex-deputado Eduardo Bolsonaro. Morando nos Estados Unidos desde o início do ano, ele afirmou que considerava o chinelo um símbolo nacional, mas disse ter jogado o calçado no lixo após a marca escolher, segundo ele, "uma pessoa declaradamente de esquerda" e que defende a punição dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 como garota-propaganda.
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) também repudiou a propaganda. "Se as Havaianas não nos querem, nós também não queremos as Havaianas", declarou a parlamentar, afirmando ter repetido o gesto de boicote.
Na mesma linha, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) escreveu nas redes sociais: "Havaianas, nem todo mundo agora vai usar".
O senador Cleitinho (Republicanos-MG) classificou a campanha como um "tiro no pé" da marca. Segundo ele, a empresa quis passar um recado político aos consumidores em um ano pré-eleitoral.
"O ano que vem é um ano eleitoral, o país está extremamente polarizado, e quem ela contrata para fazer esta propaganda? Uma atriz que é declaradamente contra a direita, que subiu em um trio elétrico para falar contra a anistia. Então, você que é de direita já sabe o que fazer com as Havaianas no ano que vem, até porque quem lacra não lucra", afirmou.
A declaração foi rebatida pela deputada federal Duda Salabert (PDT-MG), que chamou a fala do senador de um "ataque burro" à marca, que mantém fábrica em Minas Gerais e gera empregos no estado. "Com esse ataque burro, quem mais pode perder não é a marca, é o trabalhador mineiro", disse.
Já a deputada Erika Hilton (Psol-SP) ironizou o boicote promovido por adversários políticos. "Como assim os bolsonaristas tão cancelando até as Havaianas? Será que não serve direito nos cascos deles?", escreveu.
Após a repercussão negativa, a marca apagou a propaganda de suas redes sociais.
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