A candidata do PRP à presidência da República, Ana Maria Teixeira Rangel, entrou ontem (31) com um pedido de Intervenção Partidária (PET 2012) contra Ovasco Roma Altimari Resende e Oswaldo Souza Oliveira, respectivamente presidente e vice-presidente nacional do Partido Republicano Progressista.
Na petição, a candidata relata um suposto sistema de corrupção dentro do partido, "uma espécie de caixa dois". Segundo Ana Maria, o presidente do partido teria tentado extorquir R$ 14 milhões dela para garantir a sua candidatura, que já sofreu duas impugnações: pelo Ministério Público Eleitoral e pelo próprio vice-presidente do PRP, Oswaldo Oliveira.
De acordo com Ana Maria, mesmo tendo sido declarada candidata oficial à presidência da República pelo PRP, o partido não registrou sua candidatura perante o TSE, cabendo a ela mesma fazê-lo. Diante disso, a candidata pede, liminarmente, que Ovasco e Oswaldo sejam substituídos, respectivamente, pelo 2º e 3º vice-presidentes da legenda.
Entenda o caso
No começo de julho, o Jornal Nacional, da Rede Globo, exibiu imagens mostrando que o presidente do PRP pedia R$ 3 milhões, adiantados, para garantir a candidatura de Ana Maria à Presidência. A candidata gravou as conversas com a liderança do partido e apresentou tudo ao Ministério Público Federal.
Em um dos encontros, Ovasco Rezende fala sobre o dinheiro da campanha. "Gasta-se bastante e vai gastar bastante. Falei em R$ 14 milhões e vou avante" afirmou Rezende. Logo depois, ele pede R$ 3 milhões adiantados para garantir a candidatura.
"Esses R$ 2,2 milhões vão direto para a conta do partido. Agora esses R$ 800 mil não. Esse tem que ser em dinheiro, porque isso não vai poder ser contabilizado (...) esse vai vir para mim mão", disse na gravação. Ana Maria, por sua vez, respondeu que tudo bem. Ao se dar conta do rumo perigoso da conversa, Ovasco interpela Ana Maria: "Não tá gravando nada, né, dona Maria?"
Dias depois, Ana Maria recebeu um e-mail sobre depósitos e o valor do "por fora" subiu. Eram R$500 mil para Rezende e mais R$ 500 mil para Osvaldo, presidente do PRP no Rio de Janeiro. De propósito, Ana Maria faz os cheques com data errada para evitar que sejam descontados, e combinou o esquema com o gerente do banco.
Segundo Ana Maria, a idéia era fazer o depósito e pegar o comprovante para que Rezende pensasse que o negócio estava fechado. O comprovante foi entregue no dia da convenção do partido, porque Rezende havia ligado para o advogado de Ana Maria avisando que só haveria convenção depois do depósito.