Relator-adjunto da CPI dos Correios, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) anunciou ontem que vai pedir a prorrogação das investigações para apurar as denúncias publicadas neste fim de semana pela revista Veja. A conclusão dos trabalhos da comissão está prevista para o fim deste mês.
Entre as denúncias publicadas pela revista, está a de que o mensalão, o pagamento de mesada a parlamentares em troca de apoio ao governo, teria beneficiado 55 dos 81 deputados do PMDB. Veja ainda aponta a usina de Itaipu como fonte de recursos públicos para abastecer o caixa dois dos governistas e um suposto pagamento do PT ao apresentador Carlos Massa, o Ratinho, para elogiar o presidente Lula e a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy.
Eduardo Paes afirmou que pode até mesmo ser criada uma nova CPI para investigar as acusações envolvendo Itaipu e outra empresa do setor elétrico, Furnas, que já é alvo de outras denúncias. "Não podemos terminar a CPI deixando de esclarecer todos os assuntos. Pelo que eu entendi, esse esquema de Itaipu ocorreu dentro do valerioduto. Ou se prorroga a CPI dos Correios ou se forma outra comissão para apurar as novas denúncias", disse.
A diretoria de Itaipu classificou a denúncia como "ardilosa e sem fundamento" e afirmou que vai recorrer à Justiça. Por meio de seu advogado, o empresário Marcos Valério, acusado de fazer chantagem com peemedebistas para buscar proteção na CPI, também negou que esteja fazendo ameaças a políticos em troca de alívio nas investigações.
Citado como o principal articulador do mensalão no PMDB, o ex-deputado José Borba (PR) também negou a acusação de que 55 integrantes da bancada peemedebista na Câmara teriam recebido mensalão. "Não procede nenhuma dessas colocações. Felizmente, nossa bancada está fora de tudo isso", afirmou o ex-líder do partido à Folha de S. Paulo.