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Competição entre governo e oposição do DF pela direção da CPI local dos atos golpistas vira obstáculo para dar início às investigações. Foto: Carlos Gandra/CLDF
O Distrito Federal foi, até o momento, a única unidade da federação a instaurar uma CPI para investigar os motivos que levaram aos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes da República foram atacadas por manifestantes que exigiam um golpe militar. Apesar da unanimidade em favor de sua criação, o colegiado instaurado na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) segue emperrado desde a aprovação de seu requerimento, no último dia 18. Deputados distritais competem sobre quem deverá assumir o comando da CPI.
Mesmo com sua imagem fragilizada diante de seu próprio partido, o governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), segue com apoio majoritário na CLDF, e consequentemente na formação do colegiado. Essa maioria busca preservar para si as funções de presidente e relator. Do outro lado, a iniciativa para que o colegiado fosse instaurado partiu dos dois blocos da minoria, por meio de um requerimento do PT e outro do bloco Psol/PSB, que exigem um dos cargos.
“A CPI dos atos golpistas já deveria estar funcionando desde a semana passada, quando nós da oposição exigimos uma divisão igualitária dos cargos dirigentes. A base não topou ceder”, conta o deputado distrital Fábio Félix (Psol), um dos dois titulares vindos dos partidos de oposição. A bancada do PT, que ocupa uma das cadeiras da CPI, chegou a considerar abrir mão da participação na CPI caso o governo não abrisse mão de um dos cargos de direção.