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Haddad defende Galípolo: presidente do BC não pode dar "cavalo de pau"

Ministro da Fazenda diz que aumento na taxa de juros já estava "contratado" na última reunião do Copom em 2024, quando Campos Neto ainda presidia o Banco Central.

20/3/2025
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, após a alta na taxa de juros anunciado na quarta-feira (20). Em participação no programa "Bom Dia, Ministro", organizado pelo Portal Gov.br, do governo federal, Haddad disse que o aumento na Selic já estava "contratado" em 2024.

"Esse aumento estava contratado pela última reunião do Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central] no ano passado", afirmou o ministro. Na época, o BC era liderado por Roberto Campos Neto, que tinha sido indicado por Jair Bolsonaro para o cargo. Segundo Haddad, "você não pode, na presidência do Banco Central, dar um cavalo de pau, depois que você assumiu".

O Copom, na última reunião presidida por Campos Neto, fez a primeira de que se tornou uma série de três elevações consecutivas na Selic, taxa básica de juros. A ata da reunião de dezembro, de fato, sinaliza que haveria mais aumentos em seguida: de acordo com o documento, "o Comitê então decidiu, unanimemente, pela elevação de 1,00 ponto percentual na taxa Selic e pela comunicação de que, em se confirmando o cenário esperado, antevê ajuste de mesma magnitude nas próximas duas reuniões".

O argumento de Haddad, assim, só vale para esta reunião. A próxima, se decidir por uma nova elevação nos juros, estará fora do que já estava indicado na gestão de Campos Neto; sinalizações subsequentes já estarão no período do comando de Galípolo no BC.

Fernando Haddad, falando, ao lado de Gabriel Galípolo. Ministro da Fazenda defendeu o presidente do BC após alta nos jurosPedro Ladeira/Folhapress

Haddad também disse na entrevista que os diretores e técnicos do Banco Central "são pessoas muito respeitáveis" que "vão buscar o melhor pelo país, mas têm um trabalho a fazer".

Galípolo chegou a trabalhar com Haddad no Ministério da Fazenda. Antes de ser indicado pelo presidente Lula a uma diretoria do BC, o economista foi secretário-executivo do ministério.

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