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De acordo com Mercadante, novo governo pretende manter militares apenas em funções ligadas direta ou indiretamente à defesa nacional. Foto: Divulgação/Exército
Uma das marcas da gestão de Jair Bolsonaro (PL) enquanto presidente foi a distribuição de militares das Forças Armadas a cargos elevados nas diversas funções do governo. Sob a justificativa de aproveitamento de suas qualificações, oficiais passaram a assumir ministérios como o da Saúde, Infraestrutura e Minas e Energia, preencheram a presidência da Petrobras e assumiram diversas secretarias executivas. De acordo com Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos técnicos do gabinete de transição, o novo governo pretende devolver os militares à antiga função.
“Historicamente, os militares sempre tiveram um papel muito relevante na defesa. Essa história dos militares estarem em outras áreas é uma coisa recente desse governo”, afirmou Mercadante em coletiva de imprensa quando questionado sobre a ausência de militares nos grupos de transição. Essa ausência, porém, não é definitiva: o grupo técnico de defesa só será desenhado após o retorno do presidente eleito Lula (PT) de sua viagem ao Egito, onde participa da COP27, havendo ainda janela para inclusão de militares na equipe.
Para o novo governo, Mercadante conta que não fica descartada a participação de militares em assuntos de outras pastas, desde que para exercer funções que estejam conectadas com a defesa nacional. “Eventualmente podem estar, por exemplo, engenheiros militares na área de infraestrutura. Não tem nenhum problema, mas com foco na área da defesa que é a função deles”, explicou.
Ele relembra que essa integração foi adotada nas gestões anteriores do PT, quando militares participaram em conjunto do Ministério da Ciência e Tecnologia na aquisição e elaboração de projetos de modernização dos equipamentos das três forças armadas, como a aquisição de novos caças e radares para a força aérea e uma nova frota de submarinos para a Marinha.