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Congresso em Foco
10/7/2025 16:38
O presidente Lula afirmou em entrevista ao Jornal da Record, nesta quinta-feira (10), que o primeiro passo para lidar com a taxação dos Estados Unidos de 50% sobre produtos brasileiros é a negociação. O chefe do Executivo, porém, assegurou que se não houver acordo, o país vai poder utilizar a Lei da Reciprocidade, sancionada em abril deste ano.
O mandatário esclareceu que, do ponto de vista diplomático, há várias medidas que o Itamaraty pode tomar, como recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e solicitar investigação. Outra possibilidade aventada por Lula foi a aplicação da Lei de Reciprocidade, que estabelece porcentagem igual das tarifas que o país recebe, caso as negociações entre os governos não avancem.
"Se não tiver negociação, a Lei da Reciprocidade será colocada em prática. Vai cobrar 50 de nós, vamos cobrar 50 dele", explicou. A lei estabelece critérios para a suspensão de concessões comerciais, de investimentos e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual em resposta a medidas unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira.
Na carta pública de Donald Trump endereçada a Lula, o presidente americano esclarece que qualquer tarifa imposta pelo Brasil aos produtos americanos seria adicionada à taxação de 50%. Ou seja, a tributação poderia chegar a até 100%. Segundo o documento, a taxação de todos os produtos brasileiros deve começar em 1º de agosto.
O fator Bolsonaro
O presidente Lula criticou a comemoração do ex-presidente Jair Bolsonaro à taxação de produtos brasileiros. Ele ainda apontou a participação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na negociação para impor sanções contra o país. O parlamentar está nos Estados Unidos desde março. "Foi o filho dele que foi lá fazer a cabeça do Trump", acrescentou.
O mandatário também rebateu a carta de Donald Trump e os ataques à Justiça do Brasil. O presidente americano justificou a tarifa com base no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e com base na "censura" a plataformas digitais americanas.
"É importante ele entender que no Brasil quem estabelece as regras é o Brasil, é o Congresso Nacional, é o Poder Judiciário", afirmou. "Na questão da justiça brasileira, ele tem que respeitar a justiça brasileira como eu respeito a americana".
Relações Brasil e Estados Unidos
Na carta de Donald Trump, o presidente americano justifica a taxação aos produtos brasileiros por um pretenso déficit nas relações comerciais com Brasil. Lula criticou dizendo que é uma carta que "nem é verdadeira na questão comercial" e que demonstra um "total desconhecimento" de Trump. O presidente acrescentou que nos últimos 15 anos, o Brasil registrou déficit superior a US$ 400 bilhões.
Para Lula, caso não haja uma negociação, o país deve procurar outros parceiros. Atualmente, as relações com os EUA representam 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB). O presidente também afirmou que será criado um comitê com os empresários para acompanhar dia-a-dia a política comercial brasileira com os EUA. "Se os Estados Unidos não querem comprar, vamos procurar quem quer comprar", argumentou.
"O que não pode é ele pensar que foi eleito para ser xerife do mundo. Ele foi eleito para ser presidente dos Estados Unidos. Ele pode fazer o que quiser nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, quem manda somos nós brasileiros", completou Lula.
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