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História
Congresso em Foco
12/7/2025 11:00
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro tem sido alvo de críticas da ala governista, inclusive foi chamado de traidor da pátria, por sua articulação para Donald Trump taxar produtos brasileiros. O presidente dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira (9) a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
Em carta pública, o mandatário justificou a medida por um pretenso "déficit" das relações comerciais entre EUA e Brasil. Na realidade, as transações são superavitárias para os americanos. Outro motivo foi uma reação ao processo judicial brasileiro contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, por considerar um tratamento injusto.
O filho do ex-chefe do Executivo se orgulhou de sua articulação para taxar o Brasil e afirmou que seus apoiadores devem agradecer a Trump. Em uma live, o deputado licenciado também recomendou que empresários deixem de investir no país para transferir seus investimentos para os Estados Unidos. Essa postura suscitou críticas referindo-se a Eduardo como entreguista.
A devoção aos Estados Unidos em detrimento do próprio país, não é novidade na história da política brasileira. Antes, a oposição já protagonizou pedido de intervenção dos EUA para aplicar golpe no país, defesa do imperialismo e até lobby dos interesses americanos sob justificativa de ação anticomunista.
Carlos Lacerda e o golpe
Ex-deputado federal e ex-governador do Estado da Guanabara, hoje Rio de Janeiro, o jornalista Carlos Lacerda é uma figura política controversa. Com raízes no comunismo, o jornalista verteu à direita durante sua trajetória. Em 1963, à época governador do Estado, Carlos Lacerda defendeu intervenção americana para interromper o governo de João Goulart.
Ao jornal Los Angeles Times, Carlos Lacerda sugeriu aos EUA a suspensão da ajuda econômica ao Brasil em razão da possibilidade de uma intervenção federal no Estado da Guanabara. Ele ainda afirmou que tinha informações de que os militares pensavam em destituir Jango.
A entrevista foi apontada como um gatilho para a eclosão da desordem no país. O partido de Lacerda, a União Democrática Nacional (UDN), também não recebeu bem as declarações do então governador. Os militares, por sua vez, acusaram Lacerda de ser um "traidor".
Assis Chateaubriand e o pró-imperialismo
Magnata do jornalismo, fundador dos Diários Associados e duas vezes senador, Assis Chateaubriand foi acusado diversas vezes de secundarizar os interesses nacionais para privilegiar os interesses americanos. Publicação da revista Problemas, de 1948, refere-se ao empresário como "lacaio dos americanos" e critica o apoio dele à Panair.
No texto, o autor aponta que Chateaubriand utilizou do seu aparato jornalístico para conseguir do governo Dutra o "saneamento das rotas aéreas", eliminação das pequenas companhias nacionais de aviação comercial.
"Aí está, sem rebuços, a intenção dos americanos: a formação de um cartel aéreo, sob a as bênçãos do governo de Dutra. Para conseguir essa negociata, não trepidam em escrever, demagògicamente, pela pena de Chateaubriand", diz trecho do artigo publicado na revista do Partido Comunista Brasileiro.
Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD)
Investigado em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o Instituto Brasileiro de Ação Democrática foi uma organização financiada por empresários brasileiros e americanos para combater o comunismo no país. A ação do grupo foi majoritariamente contra o então presidente João Goulart.
O IBAD e seu braço de propaganda Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), subsidiado por capital dos Estados Unidos, financiaram e divulgaram propaganda anticomunista. O objetivo: minar a imagem de Jango.
Em 1963, o instituto foi alvo de CPI em razão do investimento estrangeiro para interferir na política brasileira. A documentação do IBAD, no entanto, foi queimada antes das investigações. Apesar disso, não impediu o colegiado de constatar que o financiamento era majoritariamente dos Estados Unidos. Após a CPI foi decretada a dissolução do instituto. Ainda assim, durante o governo militar, os ex-membros do grupo continuaram a exercer grande influência.
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