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RELATÓRIO DA POLÍCIA FEDERAL

Eduardo ataca Tarcisio e xinga Bolsonaro: "VTNC, seu ingrato do c..."

Troca de mensagens obtida pela PF mostra deputado explosivo e disposto a afrontar o pai. Ele ainda ataca o governador de São Paulo.

Congresso em Foco

21/8/2025 8:48

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As mensagens recuperadas pela Polícia Federal (PF) no celular de Jair Bolsonaro (PL) escancaram uma crise política e familiar no coração do bolsonarismo. O relatório final, que levou ao indiciamento do ex-presidente e de seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por tentativa de coação no processo do golpe, mostra como interesses pessoais, disputas de poder e articulações internacionais se entrelaçaram na tentativa de evitar a condenação de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Eduardo e Jair foram indiciados pela PF por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Eduardo, Malafaia, Jair Bolsonaro e Tarcisio de Freitas em ato em 7 de setembro de 2024, em São Paulo.

Eduardo, Malafaia, Jair Bolsonaro e Tarcisio de Freitas em ato em 7 de setembro de 2024, em São Paulo. Bruno Santos/ Folhapress

Conflito aberto entre pai e filho

As trocas de mensagens revelam um Eduardo Bolsonaro explosivo, ressentido e disposto a afrontar o próprio pai. O estopim foi uma entrevista de Bolsonaro ao portal Poder360, em 15 de julho, na qual o ex-presidente classificou o filho como "não tão maduro, talhado para a política".

A resposta veio em tom de fúria:

"VTNC SEU INGRATO DO C...! Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VC ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se f... é vc e VAI DECRETAR O RESTO DA MINHA NESTA P... AQUI. TENHA RESPONSABILIDADE!", escreveu Eduardo.

Horas depois, arrependido, o deputado pediu desculpas. Mas a tensão seguiu latente. O filho ironizou pesquisas eleitorais enviadas por Bolsonaro, que mostravam Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Michelle Bolsonaro à frente de Lula em 2026, e alertou sobre a narrativa de que o governador paulista seria o herdeiro natural do bolsonarismo. "Precisamos segurar isso para nos mantermos vivos aqui", escreveu Eduardo.

Tarcísio no alvo de Eduardo

Os ataques ao governador de São Paulo são recorrentes nas mensagens. Eduardo acusa Tarcísio de "ficar de braços cruzados vendo vc se f... e se aquecendo para 2026" e de tentar se passar por "salvador da pátria".

A rivalidade ficou ainda mais evidente em 11 de julho, quando Tarcísio almoçou com Bolsonaro em Brasília e se reuniu com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos.

Eduardo reagiu de imediato. "Se quiser acessar a Casa Branca ele não conseguirá. Só eu e o Paulo Figueiredo temos acesso."

Segundo a PF, o deputado buscava se colocar como interlocutor exclusivo do governo Trump, uma posição estratégica para influenciar medidas como a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Para os investigadores, essa tentativa de monopolizar o contato com os EUA mostra o esforço de Eduardo em transformar a defesa do pai em uma bandeira pessoal, e em plataforma eleitoral para 2026.

Malafaia: aliado e crítico

O relatório também expõe o papel ambíguo do pastor Silas Malafaia. Em algumas mensagens, ele se apresenta como conselheiro leal, tentando conter atritos entre pai e filho. Em outras, dispara contra Eduardo, a quem chamou de "babaca inexperiente" e "idiota".

"A faca e o queijo estão na tua mão, cacete, e nós não podemos perder isso, pô. E vem o teu filho babaca falar merda, dando discurso nacionalista, que eu sei que você não é a favor isso. Dei um esporro, cara, mandei um áudio para ele de arrombar. E disse para ele: 'a próxima que você fizer, eu gravo um vídeo e te arrebento'. Falei para o Eduardo."

Malafaia criticou duramente Bolsonaro por, supostamente, ter pedido que Tarcísio fosse à embaixada americana. "Se Tarcísio foi à embaixada a pedido seu, você cometeu o maior erro político da sua vida", escreveu em 11 de julho.

Mesmo assim, dias depois, saiu em defesa de Eduardo: "Você batendo no teu filho, que está falando com os principais assessores de Donald Trump, aí você errou, mas errou feio".

O pastor virou alvo da PF: teve celular e passaporte apreendidos, foi proibido de sair do Brasil e é apontado por Moraes como parte de uma campanha criminosa de ataques ao STF no contexto das chamadas "milícias digitais".

Os bastidores do plano

Além das brigas internas, o relatório da PF revela a profundidade da estratégia bolsonarista para tentar escapar da Justiça:

  • Pedido de asilo político na Argentina: rascunho encontrado no celular de Bolsonaro direcionado a Javier Milei.
  • Anistia "light": Eduardo defendia uma proposta que beneficiaria apenas Bolsonaro, deixando de fora outros réus do 8 de janeiro.
  • Lobby internacional: o deputado insistia para que Trump e aliados sancionassem autoridades brasileiras, como Moraes, para aumentar a pressão.
  • Descumprimento de medidas cautelares: Bolsonaro trocou de celular e continuou ativo nas redes, com ajuda de Malafaia.
  • Esquema financeiro paralelo: uso de contas das esposas de Jair e Eduardo (Michelle e Heloísa) para movimentar recursos.
  • Contato com Rumble e Trump Media: articulação com o advogado norte-americano Martin de Luca para alinhar narrativas contra o STF.

O que está em jogo

O relatório da PF mostra que, mais do que um embate familiar, há uma disputa aberta pela liderança do bolsonarismo no pós-2026. De um lado, Tarcísio de Freitas aparece como nome viável eleitoralmente, moderado o suficiente para dialogar com o sistema. Do outro, Eduardo tenta se impor como herdeiro direto do pai, com o aval de Trump e da ala mais radical do movimento.

A crise se agrava em meio ao cerco judicial: Jair e Eduardo foram indiciados, Malafaia é alvo de operação, e novas provas reforçam a suspeita de que houve tentativa deliberada de abolição da democracia.

Em nota nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro disse que sua atuação nos EUA "jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil" e acusou a PF de usar "conversas privadas" para desgastar a família. O governador Tarcísio de Freitas, apontado como potencial sucessor do bolsonarismo, não se manifestou até a publicação desta reportagem.

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