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DESVIO DE APOSENTADORIAS
Congresso em Foco
26/9/2025 8:49
O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", comprometeu-se a entregar 18 milhões de páginas de documentos de suas empresas à CPMI que investiga um esquema bilionário de desvio de aposentadorias e pensões. Ele disse que fará isso diretamente ou por meio da Polícia Federal. "Com o poder que essa CPMI tem, siga o dinheiro. Não sou responsável pelas irregularidades nem tenho inteligência para o lado da bandidagem", declarou.
Antunes se declarou inocente, afirmou que o apelido é fruto de uma "narrativa" e que os serviços prestados às associações de aposentados foram legítimos. Disse ainda que poderia ter ficado em silêncio, amparado por decisão do STF, mas preferiu falar "de forma transparente".
O empresário rejeitou as acusações de envolvimento em descontos irregulares em benefícios previdenciários. Negou ter tido acesso prévio à operação da Polícia Federal que resultou em sua prisão, desmentiu a posse de carros de luxo e de negócios milionários e disse nunca ter mantido relações com parlamentares ou integrantes do governo.
Antunes admitiu, no entanto, ter tido procurações específicas de associações e reconheceu que o investigado Maurício Camisotti intermediou seu contato com a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), em 2021.
Reação de parlamentares
O depoimento gerou forte reação. O senador Sergio Moro (União-PR) chamou o caso de "o maior roubo do INSS" e acusou o empresário de debochar da comissão. Fabiano Contarato (PT-ES) classificou o esquema como "roubalheira" contra os mais pobres e apontou transferências milionárias entre empresas ligadas a Antunes.
O deputado Duarte Jr. (PSB-MA) disse que o depoente confessou práticas criminosas como cartel, monopólio abusivo, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Disputa entre governo e oposição
A oitiva também foi palco para a disputa política entre PT e PL. Deputados petistas, como Paulo Pimenta (PT-RS) e Rogério Correia (PT-MG), disseram que o esquema começou no governo Bolsonaro e acusaram o ex-presidente de ignorar denúncias de irregularidades.
Já senadores oposicionistas, como Rogério Marinho (PL-RN) e Marcio Bittar (PL-AC), responsabilizaram o governo Lula, afirmando que o volume de descontos aumentou em sua gestão e comparando o caso a escândalos como o mensalão e o petrolão. Moro acrescentou que o esquema "está no colo do governo Lula".
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), fez mais de 150 perguntas em 50 minutos, embora Antunes tenha se recusado a responder aos questionamentos dele pela manhã. O empresário disse que foi desrespeitado pelo relator, que o condenou, segundo ele, sem respeitar o direito à defesa. Presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), a comissão foi instalada em agosto e deve funcionar até março de 2026.
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