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Após "química" entre Lula e Trump, diplomatas dos EUA vão ao Senado

Depois de aceno entre presidentes, senadores brasileiros recebem comitiva e são convidados a voltar a Washington para discutir tarifas.

26/9/2025
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Dois dias após o aceno entre os presidentes Lula e Donald Trump em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, representantes do Senado brasileiro receberam a visita de assessores parlamentares norte-americanos e diplomatas da Embaixada dos EUA em Brasília. O objetivo foi avançar no canal de diálogo parlamentar aberto em meio às tensões comerciais entre os dois países.

O encontro ocorreu nessa quinta-feira (25), sob comando do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) e da Comissão Temporária Externa Brasil-EUA. Participaram a ministra-conselheira política Holly Kirking Loomis e o chefe de política interna John Jacobs, além de assessores ligados à senadora democrata Jeanne Shaheen e ao senador republicano Pete Ricketts.

Nelsinho Trad recebeu representantes do Legislativo e do Executivo dos Estados Unidos.Ascom/Nelsinho Trad

Os norte-americanos pediram que a comitiva brasileira retorne a Washington para aprofundar conversas institucionais que possam evitar novos atritos comerciais. A delegação levou uma mensagem de abertura e disposição para fortalecer o diálogo com o Congresso brasileiro.

A comissão externa do Senado foi criada em julho como reação ao tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros. Desde então, oito senadores de diferentes partidos viajaram a Washington para apresentar relatórios técnicos sobre os impactos das tarifas, defender diálogo de alto nível e convidar parlamentares norte-americanos a visitar o Brasil.

Além de simbolismos

Na ocasião, os brasileiros tiveram dificuldade para receber recebido por autoridades locais. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) admitiu que tentou atrapalhar a agenda dos parlamentares. Segundo Trad, a reunião desta semana mostra que a missão suprapartidária traz resultados concretos dois meses depois. "O canal não foi aberto para gestos simbólicos. Serve para que os Executivos possam negociar, ouvir, propor soluções e garantir que decisões não sejam tomadas sem participação do Parlamento. Se preciso for, voltaremos a Washington para aprofundar nossa agenda, agora ouvindo mais congressistas", disse o senador.

De acordo com relatos, os assessores reconheceram a postura pragmática do Brasil e a defesa do multilateralismo, destacando a importância da reciprocidade e da escuta institucional. Também manifestaram interesse em avançar em uma agenda mais ampla e contínua, envolvendo comércio, clima, cadeias produtivas, segurança global e fronteiras.

Para Trad, esse novo momento de diálogo deve assegurar previsibilidade e segurança jurídica ao setor produtivo brasileiro e reduzir riscos de decisões unilaterais.

O clima entre o Brasil e os Estados Unidos teve uma leve distensão nesta semana. Na última terça-feira (23), o presidente Donald Trump afirmou ter sentido "uma química excelente" com Lula, a quem descreveu como "um cara muito agradável". Os dois devem conversar por telefone nas próximas semanas. Minutos antes da fala de Trump, o brasileiro criticou a tentativa de interferência dos Estados Unidos em assuntos internos do Brasil, como o julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.

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