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Congresso em Foco
22/11/2025 | Atualizado às 10:25
A "vigília" convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para este sábado (22) nas imediações da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro foi um dos pontos centrais que levaram o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a decretar a prisão preventiva do ex-mandatário. Na decisão, Moraes afirma que a mobilização tinha potencial de obstruir a fiscalização da prisão domiciliar e das medidas cautelares impostas anteriormente ao ex-presidente.
Na decisão, Moraes diz expressamente que a convocação indicava a possível utilização de apoiadores para formar uma aglomeração destinada a impedir ou dificultar a ação da Polícia Federal (PF) e da Polícia Penal do Distrito Federal, responsáveis por monitorar Bolsonaro desde julho.
A convocação pública do ato, divulgada em vídeo nas redes do senador, foi interpretada como um fator de risco, seguindo "o mesmo modus operandi empregado pela organização criminosa que tentou um golpe de Estado no ano de 2022, utilizando a metodologia da milicia digital para disseminar por múltiplos canais mensagens de ataque e ódio contra as instituições".
"Caráter beligerante" e narrativa falsa
Moraes também chamou atenção para o "caráter beligerante" do discurso de Flávio Bolsonaro no vídeo divulgado nas redes sociais. O senador conclama apoiadores a "lutar", afirma que o país está "nas mãos de ladrões, bandidos e ditadores" e sugere que Bolsonaro é vítima de perseguição.
Na avaliação do ministro, essas falas reforçam uma narrativa falsa segundo a qual a condenação do ex-presidente pelo STF seria fruto de "perseguição" e de uma suposta "ditadura" da Corte - elementos que, segundo Moraes, mobilizam apoiadores a agir contra decisões judiciais e contra o próprio Supremo.
Tumulto planejado e risco de fuga
O STF aponta que a convocação poderia reunir centenas de apoiadores, provocando tumulto semelhante ao dos acampamentos golpistas de 2022. Esse ambiente, diz a decisão, teria condições de comprometer a ordem pública; impedir o cumprimento de medidas judiciais; exigir uso de força policial; gerar risco para moradores, agentes de segurança e familiares do próprio ex-presidente.
O tumulto, afirma o ministro, criaria ainda um "ambiente propício para fuga", especialmente porque Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica horas antes e porque sua residência fica relativamente próxima a representações diplomáticas estrangeiras.
Parte de um padrão já investigado
Para Moraes, a convocação de Flávio Bolsonaro reproduz o mesmo padrão de mobilização digital e física usado pela organização criminosa que, segundo o STF, buscou promover um golpe de Estado em 2022.
Diante da combinação de fatores - rompimento da tornozeleira eletrônica, convocação de apoiadores para tumulto, risco de obstrução da fiscalização e ameaça concreta de fuga - Moraes determinou o retorno de Bolsonaro ao regime de prisão, agora em caráter preventivo, com cumprimento imediato na sede da Polícia Federal em Brasília.
Entenda
Em vídeo divulgado na noite de sexta-feira (21), Flávio Bolsonaro convocou apoiadores para uma vigília marcada para sábado à noite, na entrada do condomínio Solar de Brasília II, onde o pai mora. O tom da convocação mistura apelos religiosos, críticas políticas e insinuações de injustiça contra o ex-presidente:
"Você vai lutar pelo seu país ou assistir tudo do celular? Eu te convido para lutar com a gente. [] Vamos orar pela saúde dele e pela volta da democracia no país.Vamos pedir a Deus que aplique sua justiça aos que perseguem inocentes e ajudam bandidos a se manter no poder."
O discurso avança para um tom de enfrentamento. "A nossa pátria não vai continuar nas mãos de ladrões, bandidos e ditadores. [] Com a força do povo, a gente vai reagir e resgatar o Brasil desse cativeiro", diz no vídeo.
As falas foram intercaladas com citações bíblicas e afirmações de que "a luz vencerá as trevas".
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