Deputado Antônio Doido é alvo de operação da PF por desvio de recursos

A Polícia Federal realiza nesta terça-feira (16) uma operação contra o deputado federal Antônio Leocádio dos Santos (MDB-PA), conhecido como Antônio Doido, no âmbito de uma investigação que apura um esquema de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.

O deputado é um dos alvos da Operação Igapó, deflagrada para investigar a atuação de uma organização criminosa formada por agentes públicos e privados. Segundo a Polícia Federal, o grupo é suspeito de desviar recursos públicos, especialmente emendas parlamentares e verbas estaduais, por meio de fraudes em licitações. Os valores, de acordo com os investigadores, eram usados para o pagamento de vantagens indevidas e para a ocultação de patrimônio.

Ao todo, a PF cumpre 31 mandados de busca e apreensão nos estados do Pará e no Distrito Federal. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e autorizadas pelo ministro Flávio Dino, relator do caso. Não houve cumprimento de mandados nas dependências da Câmara dos Deputados, apenas no apartamento funcional do parlamentar.

Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no apartamento funcional do deputado, a Polícia Federal encontrou celulares jogados pela janela do imóvel. Os aparelhos foram localizados na área externa do prédio e recolhidos pelos agentes. Além dos celulares encontrados no gramado, a Polícia Federal também apreendeu dinheiro em espécie no interior do apartamento funcional do parlamentar.

A investigação apura a prática de corrupção eleitoral, corrupção ativa e passiva, crimes licitatórios, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em nota, a Polícia Federal afirmou que os investigados tinham como objetivo "desviar verbas públicas por meio de fraudes em processos de licitação, com posterior utilização dos valores desviados no pagamento de vantagens indevidas e ocultação de patrimônio".

O inquérito também envolve pessoas ligadas ao deputado. Em janeiro, um assessor de Antônio Doido, aliado do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), foi preso em Belém com R$ 1,1 milhão em espécie e um carro blindado. Já em 2024, antes do primeiro turno das eleições, a Polícia Federal apreendeu R$ 4,9 milhões com um policial militar ligado ao parlamentar, que havia sacado o dinheiro em uma agência do Banco do Brasil em Castanhal (PA).

Antônio tem 49 anos e está em seu primeiro mandato federal. Antes, foi prefeito de São Miguel do Guamá (PA), município de 50 mil habitantes próximo a Belém.

A Operação Igapó segue em andamento, e a Polícia Federal avalia novas diligências no curso das investigações.

O Congresso em Foco tentou sem sucesso contato com o gabinete do deputado. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

Leia a íntegra da decisão.