A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro Alexandre de Moraes diante dos rumores de que o magistrado teria buscado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para intermediar pelo Banco Master. A parlamentar acusa Moraes de advocacia administrativa.
"Não se trata de um episódio isolado ou de um ato administrativo banal, mas de uma conduta supostamente praticada por um Ministro do Supremo Tribunal Federal, no exercício de sua autoridade simbólica e política, capaz de influenciar, de forma determinante, decisões estratégicas da Administração Pública", afirmou a senadora.
Damares também apresentou à Mesa Diretora do Senado um pedido de impeachment contra o ministro e um pedido de convocação para prestar esclarecimentos diretamente à Comissão de Assuntos Econômicos. Um quarto requerimento, de convocação à CPMI do INSS, está guardado para caso os três já apresentados não tragam resultados.
Resposta do ministro
O rumor sobre as conversas sobre o Master foi levantado em matéria de segunda-feira (22) da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Nesta terça, Moraes confirmou ter entrado em contato com Galípolo, mas que as conversas não foram para tratar da situação do Banco Master, mas sim dos efeitos da inclusão de seu nome nas sanções da Lei Magnistsky. Mais tarde, o Banco Central também se manifestou, confirmando que a pauta foi em torno da sanção americana.
Damares não foi a única parlamentar a se movimentar a respeito. Na Câmara dos Deputados, o líder da oposição, Cabo Gilberto Silva (PL-PB), anunciou a coleta de assinaturas para um novo pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes.