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Cleriston Pereira da Cunha, preso por envolvimento durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, morreu no presídio da Papuda em decorrência de mal súbito. Foto: Marcelo Camargo/ABr
Na terça-feira (13), será realizada a primeira reunião deliberativa da CPMI que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A pauta do dia conta com 285 requerimentos, em sua maioria solicitando informações para o inquérito, além de 36 convocações e convites de autoridades, testemunhas e suspeitos das invasões às sedes dos três poderes. A lista conta com ministros tanto do governo Lula quanto de Jair Bolsonaro, oficiais das forças armadas e antigos suspeitos em ações que desencadearam na ação de vandalismo em Brasília.
A lista completa de convocações e convites está disponível aqui, cabendo ao presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), pautar cada requerimento, que será submetido à aprovação por parte do colegiado.
Conheça os principais nomes requeridos na CPMI:
George Washington de Oliveira SousaUm dia após o segundo turno das eleições presidenciais, em 2022, quartéis das forças armadas em todas as capitais foram cercados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que montaram acampamentos em suas entradas. Os manifestantes não reconheciam o resultado do pleito, e exigiam que as Forças Armadas realizassem um golpe contra a justiça eleitoral para anular a votação. Em Brasília, o acampamento reuniu militantes de todos os estados brasileiros, incluindo o paraense George Washington de Oliveira Sousa, que viajou até a capital em uma caminhonete carregada de pistolas, fuzis e escopetas. Seu plano era armar os demais manifestantes para que lutassem em defesa do ex-presidente. Na véspera do natal do mesmo ano, George Washington protagonizou uma tentativa de atentado terrorista. Junto a outros participantes do acampamento, tentou explodir uma bomba em um caminhão de combustível no Aeroporto de Brasília, terceiro mais movimentado do país. Sua expectativa era que a explosão pudesse servir de precedente para uma declaração de Estado de Sítio, na esperança de assim impedir a posse do presidente Lula. [caption id="attachment_558956" align="aligncenter" width="960"]
Ricardo CappelliRicardo Cappelli é um antigo aliado do ministro da Justiça, Flávio Dino, que o escolheu como secretário de comunicação em seus dois mandatos como governador do Maranhão, entre 2015 e 2022. Em 2023, Dino o nomeou como secretário executivo da pasta. A confiança do ministro o transformou no quadro preferido do governo Lula para tratar assuntos delicados relacionados aos atos de 8 de janeiro. [caption id="attachment_571680" align="alignnone" width="1024"]
Anderson TorresPolicial federal de carreira, Anderson Torres assumiu posições estratégicas tanto a nível nacional, na gestão de Jair Bolsonaro, quanto a nível distrital, nos governos de Ibaneis Rocha. Alternando ao longo de quatro anos entre as chefias da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e do Ministério da Justiça, ele se tornou um dos principais alvos das investigações relativas ao 8 de janeiro. [caption id="attachment_571682" align="alignnone" width="1024"]
Jorge Eduardo NaimeA força da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) encarregada de acompanhar a manifestação de 8 de janeiro foi enviada a campo sem preparo técnico. Sem orientações precisas, em número insuficiente para deter uma ação violenta, sem informações sobre o próprio aparato ao seu dispor e sem indicações claras de quem estaria no comando da tropa, os policiais se viram incapazes de agir contra as invasões aos prédios públicos O encarregado pela realização dos preparativos para a ação policial era o coronel Jorge Eduardo Naime, até então comandante do Departamento de Operações da PMDF. O policial também foi ouvido pela CPI dos atos antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde o presidente Chico Vigilante (PT) suspeita que a negligência com o planejamento foi parte de um jogo de poder na corporação. Naime é suspeito de ter se ausentado de sua função acreditando que a culpa recairia sobre seu até então comandante, coronel Fábio Augusto. Em seu depoimento na CPI do DF, negou a conspiração. No Congresso Nacional, seu nome consta em nove requerimentos de convocação.
Gonçalves DiasO general Gonçalves Dias é um dos mais antigos aliados do presidente Lula dentro das forças armadas. Foi segurança pessoal do presidente em seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010. No governo Dilma, chefiou a Coordenadoria de Segurança Institucional, e se tornou ministro do GSI no novo governo. Como ministro do GSI, foi gravado adentrando o Palácio do Planalto logo após a invasão de 8 de janeiro. As filmagens o revelaram interagindo amigavelmente com vândalos no terceiro andar do prédio, apontando para eles a direção das escadas. No mesmo dia, também foram divulgadas imagens de militares do gabinete oferecendo água aos invasores. As gravações deram início a uma crise profunda no GSI. De um lado, Dias foi acusado por quadros do governo de ter tentado esconder as imagens que revelavam sua presença no palácio. Do outro, a oposição o acusa de ter deixado a invasão acontecer. No mesmo dia do vazamento, pediu demissão de seu cargo. Gonçalves Dias é alvo de 14 requerimentos de convocação na CPMI.