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Alto Paraíso (GO) - Plantação de soja em área do município de Alto Paraíso (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, afirmou nesta terça-feira (21) que o Brasil pode encontrar dificuldade para exportar parte da safra de soja deste ano. "É um ano que tá sendo desenhado para ter uma baita de uma safra, no momento em que os americanos estão se entendendo com a China, então a gente acha que tem uma incerteza enorme ai no ar e a gente ter que ter muito cuidado", disse.
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A expectativa da associação é que 123 milhões de toneladas do grão sejam colhidas em 2020, a segunda maior safra da história. Desse total, cerca de 60% já está vendido, mas o comércio do restante pode ficar mais "travado" no segundo semestre. "Não é simples comercializar essa safra toda", afirma Nassar.
Os principais motivos de atenção, segundo o presidente da associação, são um possível acordo entre Estados Unidos e a China, além dos efeitos negativos da imagem do Brasil no exterior, na área ambiental. "Nós temos essa discussão na Europa: os europeus pressionando a gente por essa questão de desmatamento... Então, assim, a gente tem pontos de atenção na Europa e tem pontos de atenção na China", explica.
Nassar acredita que, caso o produto fique parado nos estoques brasileiro, não há uma tendência de queda nos preços. "O mercado não está dizendo que o preço vai... O preço já baixou o que tinha que baixar. Então, não acho que nós vamos ter uma queda de preço muito grande, o que a gente vai ter é um movimento de exportação que no segundo semestre vai estar mais travado", disse.
Ele defende que o Brasil perdeu uma janela de oportunidade durante a guerra comercial entre os dois países, uma vez que houve um aumentou de interesse chinês por alguns produtos brasileiros. "Agora esse interesse mudou, porque eles [chineses] sabem que se entendendo com os americanos eles tem os americanos como um potencial fornecedor também", disse.