Voto de relator que pede inelegibilidade de Bolsonaro tem 400 páginas

O voto do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Benedito Gonçalves, relator do processo que pode resultar na inelegibilidade de Jair Bolsonaro pelos próximos oito anos, tem mais de 400 páginas. Nesta terça-feira (27), o TSE retoma o julgamento, exatamente com a leitura do voto de Benedito. A expectativa é que o ministro apresente apenas um resumo do parecer, em virtude do tempo do julgamento. No primeiro dia de julgamento, na última quinta-feira (22), Benedito Gonçalves leu um pequeno trecho do seu resumo, o que demorou quase duas horas. Ao todo, o ministro leu 46 páginas, em uma leitura revezada a goles de água mineral. O ministro afirmou que Bolsonaro usou das redes públicas de comunicação para transmitir a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada em 2022 e colocou em dúvida a confiabilidade do sistema de contagem de votos no Brasil. Segundo o ministro, "houve discurso ao longo de mais de uma hora no afã de colocar em dúvida o processo eleitoral". Bolsonaro é acusado de abuso de poder e uso indevido de aparatos públicos para disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro em uma ação movida pelo PDT. Os ministros do TSE julgam se Bolsonaro, quando estava na Presidência da República, cometeu abuso de poder político quando reuniu embaixadores no Palácio da Alvorada em 2022 e colocou em dúvida a confiabilidade do sistema de contagem de votos no Brasil. A ação foi impetrada pelo PDT contra a chapa do PL que concorria à reeleição presidencial em 2022. Por essa razão, estão na linha de julgamento Bolsonaro e o candidato a vice, general Braga Netto.  A principal estratégia do advogado de defesa do ex-presidente, Tarcísio Vieira, é utilizar o acréscimo de provas feito pela acusação, com a chamada minuta do golpe, para tentar questionar e retardar o julgamento. Saiba como foi o primeiro dia de julgamento A previsão dos ministros do TSE é que o veredito seja divulgado no último dia de julgamento, marcado para 29 de junho. Benedito Gonçalves será o primeiro dos sete ministros a votar no julgamento.