O GLOBO
Inflação oficial sobre pela primeira vez desde 2002
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), da meta do governo, fechou 2007 em 4,46%, invertendo uma tendência de queda em relação ao ano anterior que vinha sendo registrada, sistematicamente, desde 2002. A alta generalizada dos preços de alimentos - como carne, feijão e leite - foi decisiva para o resultado do índice que, por pouco, ficou dentro da meta de 4,5%. No ano anterior, a taxa tinha ficado em 3,14%. Em dezembro, o IPCA teve alta de 0,74%, a maior para o último mês do ano também desde 2002, quando bateu 2,10%. Curiosamente, um dos fatores que mais contribuíram para segurar a inflação no ano foi o preço da energia elétrica, que caiu 6,16%. Agora, a expectativa é de alta.
Dilma blinda setor elétrico
Com a definição do nome do senador Edison Lobão (PMDB-MA) para ocupar o Ministério de Minas e Energia, a chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, está autorizada a blindar cargos considerados estratégico no setor elétrico, que estão sob sua influência. Dilma obteve do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a garanti de que ela manteria nomes de sua confiança em postos-chave da pasta e também de empresas estatais.
Até quarta-feira, quando Lula convidará oficialmente Edison Lobão para o governo, o Planalto apresentará ao PMDB uma lista de cargos intocáveis. Essa carta-branca do presidente à ministra não apenas ameniza a derrota de Dilma na queda-de-braço com o PMDB, como também tem o objetivo de dar mais segurança ao governo para enfrentar um eventual racionamento de energia.
Chávez defende a narcoguerrilha
O presidente Hugo Chávez pediu aos países do continente e da Europa que retirem as Farc e o ELN (Exército de Libertação Nacional) da lista de organizações terroristas e passem a considerá-los grupos insurgentes com um projeto político. As Farc têm ligações com o tráfico de drogas e mantêm 774 reféns. A Colômbia rechaçou com dureza a proposta. O Brasil já não considera os dois grupos terroristas. Autoridades Colombianas disseram que o menino Emmanuel está sendo preparado por psicólogos para ser entregue à mãe, a ex-refém Clara Rojas. Ela contou ter tentado fugir com a ex-senadora Ingrid Betancourt após o seqüestro, mas as duas foram recapturadas.
O ESTADO DE S.PAULO
Inflação volta a subir após 4 anos, mas fica na meta
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2007 em 4,46%. Embora bem próximo da meta definida pelo Banco Central, que era de 4,5%, o resultado reverteu a trajetória de queda da inflação que vinha desde 2003. O IPCA também chegou ao fim do ano com o pé no acelerador, por causa do preço dos alimentos: o índice foi de 0,74% em dezembro, quase o dobro do de novembro (0,38%). Para este início de 2008, os alimentos poderão se manter em alta, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que apura o IPCA
Crise energética dá poder a Dilma e PMDB perde indicação de estatais
O PMDB conseguiu o compromisso de que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) será nomeado para o Ministério de Minas e Energia, mas não terá autonomia para indicar afilhados políticos na direção das principais e cobiçadas estatais do setor de energia. A entrega da pasta no sistema “porteira fechada”, com todos os cargos distribuídos à legenda, foi vetado pela ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que defendeu a ocupação dos postos estratégicos por técnicos ligados ao PT e a ela, principalmente.
O esvaziamento da pasta - motivado pela ameaça de um novo apagão, tema central das conversas em Brasília nesta semana - foi confirmado ontem por líderes peemedebistas, um dia depois de o partido levar o nome de Lobão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo deixou claro que a verticalização, regra pela qual o partido do ministro assume todos os postos de comando da pasta, não é comum nesta gestão, embora a filiação partidária seja um dos critérios para as indicações.
“Temos um governo de coalizão e a verticalização do ministério não é a política do governo”, reforçou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). “Não existe nenhum ministério de porteira fechada.” Jucá fez questão de frisar que, depois da posse, o novo ministro estará envolvido no preenchimento dos cargos vagos, mas a prioridade é não haver interrupções no setor. “Os cargos que estiverem ocupados não serão mudados, pois não estamos em um novo governo.”
Em ano eleitoral, Planalto quer evitar a palavra apagão
Diante do risco de a questão da energia antecipar o debate das eleições municipais de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou a equipe de governo a afinar o discurso, contra-atacar quem usar o tema politicamente e tranqüilizar a população de que não haverá corte de luz. A ordem é, num primeiro momento, apresentar um quadro técnico da situação dos reservatórios das hidrelétricas e explicar como funciona o sistema elétrico. Paralelamente, em um reconhecimento intramuros de que a crise pode evoluir, o governo desencadeou o chamado “plano B”, acionando usinas térmicas.
A polêmica sobre um possível apagão surgiu com a declaração do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, de que o racionamento de energia “não é impossível”. Depois de ouvir a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, Lula avaliou que a declaração de Kelman deveria ser esclarecida.
Ministros já começaram a orientar líderes de partidos aliados a contra-atacarem os opositores que resolverem usar o debate sobre energia na imprensa e nas tribunas do Congresso. De acordo com um parlamentar, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio, disse aos líderes que houve um “erro de comunicação”.
Recriar CPMF não é idéia do governo, insiste Jucá
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), tentou ontem desvincular o Palácio do Planalto da iniciativa dos líderes da base aliada de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para financiar a saúde. “O governo respeita o debate do Congresso. Se a proposta surgir dentro do Congresso, ela será debatida, mas não será uma posição do governo”, afirmou Jucá. Ele disse que, do ponto de vista político, a CPMF já foi derrotada e o governo não deseja passar por cima de uma decisão do Legislativo. Mas observou: nada impede que os deputados venham a propor algum tipo de recurso para a saúde durante a discussão da reforma tributária. A idéia de recriar a CPMF surgiu na quinta-feira durante reunião dos líderes da base aliada com os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Apesar da declarações de Jucá rechaçando a ligação do Planalto com a tese, parlamentares presentes ao encontro de quinta-feira disseram que o governo estuda incluir uma fonte permanente de recursos para financiar a saúde na proposta de reforma tributária que enviará ao Congresso até o fim de fevereiro.
Segundo os líderes do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), e do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), o próprio Múcio informou na reunião que a proposta de reforma tributária deverá contemplar uma fonte de recursos específica para a saúde. “Uma nova proposta já viria no texto do governo”, afirmou Casagrande.
FOLHA DE S.PAULO
Planos de saúde prevêem aumentar preços em até 10%
Entidades de saúde privada prevêem aumentos de até 10% no preço dos planos de saúde após regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar que amplia os serviços obrigatórios. O setor diz que a inclusão de procedimentos é benéfica, mas avalia que o tamanho da demanda reprimida vai determinar o aumento.
PMDB quer controlar Minas e Energia e enfraquecer Dilma
Com o Ministério de Minas e Energia de volta a seu domínio e a promessa de nomear os presidentes da Eletrobras e da Eletronorte, o PMDB já mira novos cargos do setor. A ampliação de seu espaço em um ministério com forte presença petista atende ainda a um objetivo inconfesso da sigla: diminuir a influência da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na pasta. A ministra, contudo, tem negociado diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a manutenção de sua influência no ministério que já comandou. Ela quer participar da escolha do secretário-executivo, o segundo nome da pasta. O ministério, prestes a ser entregue ao senador Edison Lobão (PMDB-MA), tem forte presença do PT. Reportagem da Folha de ontem mostrou que são pelo menos 30 petistas em cargos-chave, incluindo secretarias especiais, diretorias de estatais e a coordenação do principal programa social do setor, o Luz para Todos.
Com o apetite dos peemedebistas, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), se apressou em dizer que não haverá preenchimento automático de todos os cargos por peemedebistas. "Não existe mais este critério de ministério de porteira fechada. O ministro Lobão preencherá os cargos de acordo com as necessidades." Na próxima quarta-feira, Lobão será chamado por Lula para uma conversa. Confirmado no cargo, Lobão, até o final do mês, deve nomear o peemedebista Astrogildo Quental para a presidência da Eletrobras no lugar do petista Valter Cardeal, fiel seguidor de Dilma. Cardeal deve permanecer na estatal, a pedido da ministra.
Em crise financeira, Rio Grande do Sul gastará em publicidade R$ 93 milhões
Enfrentando baixos índices de popularidade e falta de recursos para investimentos, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), lançou edital de licitação para publicidade no valor de R$ 92,9 milhões para 2008. Seis agências serão escolhidas até o dia 31. Um dos critérios de seleção será o desenvolvimento de uma campanha-piloto, com foco na crise financeira do Estado. O edital orienta as agências a apresentar a situação atual -o Estado prevê déficit orçamentário de R$ 1,27 bilhão neste ano- como uma "herança de diversos fatores, entre os quais a ausência de novos meios para financiar o déficit e de políticas voltadas para sanear as contas". Segundo o documento, as agências terão que "comunicar para a sociedade a busca pelo equilíbrio fiscal", tendo como público-alvo a classe C.
José Dirceu deixa hospital do Recife depois de cirurgia para implantar cabelos
O ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu (PT) recebeu alta ontem da cirurgia de implante de cabelos que fez no Hospital Memorial São José, em Recife (PE). O paciente deixou o hospital às 6h30 e seguiu para o consultório do médico responsável pela cirurgia, Fernando Basto. Segundo o cirurgião plástico, 6.710 raízes de cabelo retiradas da região da nuca foram implantadas no topo da cabeça. O procedimento, realizado anteontem, levou cinco horas e meia e o resultado final do trabalho só será conhecido em nove meses. "O cabelo começa a crescer em quatro meses. Mas só vai surtir efeito mesmo entre o oitavo e o nono mês, quando fica tudo preenchido", afirmou. Segundo o médico, o ex-ministro sofre de calvície hereditária e tinha vontade de esconder uma cicatriz de 2,5 cm que possui na área calva.
CORREIO BRAZILIENSE
Parque Nacional reabre amanhã
Visitantes terão de apresentar comprovante de vacinação para entrar na Água Mineral. Só poderá freqüentar a reserva ecológica quem se imunizou há pelo menos 10 dias contra a febre amarela. Revoltados com a fuga dos turistas, empresários de Pirenópolis (GO) espalharam placas e faixas em defesa da cidade e contra o ministro Temporão. Eles também ingressaram com uma ação de indenização. São Paulo confirma primeiro caso de febre amarela
Governo e militares divergem sobre reajuste
O governo provou que o primeiro escalão não está ouvindo um único ritmo na dança dos cortes para compensar o fim da Contribuição sobre Movimentação Financeira (CPMF). De sopetão, como num tango, o Comando do Exército soltou uma nota atribuindo ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, a garantia de que “estão mantidos os entendimentos para o reajuste salarial dos militares”. Sem esconder a irritação, mas tentando evitar confronto, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, repetiu — como em uma valsa — o discurso de que nenhum percentual de aumento para servidores está assegurado. “Qualquer promessa que se faça antes de realizarmos todo o estudo sobre quanto dinheiro teremos, será mera especulação”, disse o ministro ao Correio. A expectativa de reajustes para as tropas é antiga e envolveu uma série de manifestações de mulheres de militares em Brasília. No final do ano passado, Jobim prometeu para 2008 um aumento entre 27% e 37%. A nota do comandante do Exército, o general Enzo Martins Peri, foi divulgada no site da força logo depois de o oficial se reunir ontem com Jobim. É um documento ambíguo, pois ao mesmo tempo em que indica a manutenção dos reajustes afirma que “somente” está sendo aguardada a decisão sobre a “recomposição da proposta orçamentária”. A nota insinua, sem afirmar, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio Paulo Bernardo garantiram a manutenção do aumento.
Lula tranqüilo com o Orçamento
O governo se preocupa cada vez menos com os cortes no Orçamento de 2008 que compensarão o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Avalia que não terá muitas dificuldades em negociá-los e aprová-los entre fevereiro e março. Esse foi o discurso feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião com o PMDB na noite de quinta-feira passada. Lula sinalizou que não teme nenhuma surpresa, aposta que o Congresso chegará a um acordo sobre a redução das emendas parlamentares e que a base do governo fará impor sua maioria em plenário. Apesar da chiadeira da oposição e da promessa dela em fazer barulho, o governo precisa apenas de maioria simples em plenário para aprovar o Orçamento. Uma tarefa fácil de ser cumprida na Câmara. No Senado, o cenário é mais complicado, mas não muito difícil de se chegar aos 41 votos necessários entre os 81 parlamentares. O presidente Lula demonstrou ainda aos aliados que a reforma tributária é sua maior preocupação no Congresso este ano. A proposta deve ser enviada pelo governo ainda em fevereiro.
Depoimento de Palmieri é transferido para o dia 25
O depoimento do ex-tesoureiro do PTB Emerson Eloy Palmieri, um dos 40 réus na ação penal que investiga o mensalão, à Justiça Federal do Paraná, que ocorreria ontem em Curitiba, foi transferido para o próximo dia 25, às 14h. Segundo a assessoria da Justiça Federal do Paraná, não foi possível realizar o interrogatório de Palmieri, pois o acusado não foi localizado em Curitiba para citação e não compareceu à audiência prevista para ontem. O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou contra Palmieri as denúncias por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Porém, o ex-tesoureiro sustenta jamais ter participado de esquema de compra de votos e que apenas cuidava da parte financeira do partido. Segundo a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, o PTB receberia do PT, por meio do esquema do mensalão, que seria operado por Marcos Valério, R$ 20 milhões em troca de apoio político ao governo Lula.