Líder do governo Bolsonaro, gRicardo Barros é considerado pivô na Saúde da disputa entre Centrão e militares. [fotografo] Reprodução/Twitter [fotografo]
O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), disse em seu twitter estar "entusiasmado" com a reforma ministerial anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana. Ele classificou como "excelente time", a chegada do senador Ciro Nogueira (PP-PI) na Casa Civil, se unindo ao general Ramos e da deputada Flávia Arruda no Palácio do Planalto.
Barros destacou a experiência na articulação política de Ciro Nogueira para a aproximação do Executivo com o Congresso. "Aproxima o senado com um representante do primeiro escalão", disse.
A Casa Legislativa depende dessa aproximação para aprovar o nome do Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, à recondução do cargo já anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro. O nome do Advogado Geral da União, André Mendonça, para o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), também depende do aval dos senadores.
O ex-ministro da Justiça ainda não é bem visto no Senado como futuro ministro da Corte. Nos corredores da Casa, senadores afirmam que ainda não há consenso para a aprovação da condução de Mendonça ao STF. Antes do recesso parlamentar, o aliado de Bolsonaro estava percorrendo os gabinetes dos senadores em busca de angariar o apoio dos parlamentares.
A resistência do Senado com o Governo Federal é, em parte, devido às investigações da CPI da Covid que apura irregularidades da gestão de Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19. O presidente vem proferindo ataques à Comissão de Inquérito Parlamentar e aos senadores que a integram. Bolsonaro chegou a chamar a cúpula da Comissão de "três patetas", se referindo aos senadores Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL), presidente, vice-presidente e relator da CPI respectivamente, provocando rachaduras.
A CPI da Covid trabalha com pelo menos duas linhas de investigação que podem atingir o Palácio do Planalto. São elas a existência do chamado "gabinete paralelo", grupo de aconselhamento fora das diretrizes do Ministério da Saúde no início da pandemia, e as negociações irregulares na compra de vacinas entre integrantes do governo e empresários, incluindo o caso do imunizante indiano Covexin.
Ricardo Barros é um dos aliados de Bolsonaro que está na mira da CPI. Ele foi apontado por depoentes na Comissão de comandar um esquema de corrupção dentro do Ministério da Saúde. A convocação do deputado está prevista após o reinício dos trabalhos da Comissão, no dia 3 de agosto.
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