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Congresso em Foco
5/10/2006 | Atualizado 19/10/2006 às 20:02
Sylvio Costa
Se alguém pergunta a você, que é bem informado, tá ligado no noticiário político, qual foi a região que mais reelegeu deputado federal nas eleições de domingo, você vai pensar o quê? No Nordeste, talvez no Norte... nada disso, amigo ou amiga. O Nordeste ficou pouco abaixo da média nacional de renovação. E a região Norte foi, percentualmente, quem mais preferiu mandar gente hoje sem mandato para a Câmara dos Deputados.
Das 65 vagas em disputa na região, 37 (56,9%) ficaram com novos deputados e 28 com deputados reeleitos. E sabe quem renovou menos a bancada federal? O Centro-Oeste, com apenas 15 novos parlamentares entre 41 (36,5%), e o Sul, com 29 entre 77 (37,7%).
Dos 513 deputados eleitos, 241 são novos, isto é, não foram eleitos para a legislatura que está chegando ao final. Isso dá uma taxa de renovação nacional de 46,9%.
O que se pode dizer de outra maneira: faltou pouco, mas a maioria dos escolhidos para representar a população na Câmara no período 2007/2011 já está lá hoje. Na lista dos que conquistaram a reeleição foram incluídos os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PLSP) e Paulo Rocha (PT-PA) que renunciaram ao mandato após as denúncias do mensalão e a ex-deputada Janete Capiberibe, que perdeu o mandato após sofrer denúncias de crime eleitoral. Apesar de não estarem exercendo o mandato, os três foram eleitos em 2002 e conquistaram vaga para a próxima legislatura.
Condiderando-se apenas os deputados reeleitos e que permanecem atualmente no cargo temos 418 atuais deputados que se lançaram à reeleição, 269 (64%) deles ganharam mais quatro anos de mandato. Em contrapartida, 149 (36%) perderam a eleição (leia mais).
As outras regiões
Além do Norte, só o Sudeste ultrapassou a média nacional de renovação. Das 179 vagas que a região tem na Câmara dos Deputados, 53,63% ficaram com deputados novos. Em valores absolutos, nenhuma outra região mandará tanta gente nova para a Casa: 96 deputados, quase um quinto do total.
Gente nova é um jeito de se referir aos políticos que não exercem mandato de deputado federal no momento ou não se enquadram na situação de Valdemar, Rocha e Janete. Muitos deles são, na realidade, ex-deputados ou desempenharam no passado outros cargos. A começar pelo deputado mais votado do país, o ex-governador, ex-prefeito e também ex-deputado Paulo Maluf (PP-SP), eleito com 739.827 votos.
Para efeito do levantamento aqui sintetizado, também não foram considerados reeleitos os deputados que foram derrotados em 2002, mas, no curso da atual legislatura, chegaram a assumir o mandato na condição de suplente. Se o critério fosse outro, no entanto, pouca diferença faria, em razão do baixo número de deputados eleitos que se encontram nessa condição.
Mas, voltemos à análise por região. Falta falar do Nordeste. Lá, reelegeram-se 88 e 63 das 151 cadeiras disputadas (41,72%) ficaram com novos deputados. A renovação, como se vê, foi quatro pontos percentuais menor que a média nacional (vale repetir, 45,29%).
Estados que se destacaram
O Tocantins e o Distrito Federal foram as unidades da federação que , proporcionalmente, tiveram a maior renovação no país. Nos dois a população optou por seis candidatos novos para distribuir as oitos vagas a que cada um dos estados tem direito, o que corresponde a 75% de renovação. No outro extremo, em Goiás, somente três dos 17 assentos em disputa não foram conquistados por concorrentes à reeleição (17,6% de renovação).
Os outros estados com menores índices de renovação foram: Mato Grosso do Sul (25%), Bahia (25,6%), Paraná (30%), Piauí (30%) e Rio Grande do Sul (38,7%).
Sem a Bahia, aliás, o Nordeste teria uma taxa de renovação de 47,3%, pouco acima da média nacional.
Entre os estados com maior renovação, além do Tocantins e Distrito Federal, ambos com 75%, sobressaíram-se Acre, Amapá, Roraima e Sergipe, os quatro com 62,5%; Espírito Santo, com 60%, e São Paulo, com 57,14%.
Abaixo, apresentamos o total de deputados novos e reeleitos por estado e região. Antes de despejar a numeralha de vez, é interessante observar que a análise da taxa de renovação não dá água ao moinho dos argumentos que apontam o Norte do país como região avessa a mudanças políticas.
Da mesma forma, as escolhas feitas para a Câmara pelo Sul ou pelo Centro-Sul enfraquecem a defesa de uma suposta propensão desse pedaço do Brasil a votar pelas transformações. Finalmente, repita-se: renovação aqui é mudança de nomes. A partir do ano que vem, saberemos até que ponto ela trará alteração de costumes políticos.
A taxa de renovação por região
Norte - 65 cadeiras, 28 reeleitos e 37 deputados novos (56,9% de renovação).
Sudeste - 179 cadeiras, 83 reeleitos e 96 novos (53,6% de renovação).
Nordeste - 151 cadeiras, 88 reeleitos e 63 novos (41,7% de renovação).
Sul - 77 cadeiras, 48 reeleitos e 29 novos (37,7% de renovação).
Centro-Oeste - 41 cadeiras, 26 reeleitos e 15 novos (36,5% de renovação)
A taxa de renovação por estado
Norte
Acre - oito cadeiras, três reeleitos e cinco novos (62,5% de renovação).
Amapá - oito cadeiras, três reeleito e cinco novos deputados (62,5%).
Amazonas - oito cadeiras, quatro reeleitos e quatro novos (50%).
Pará - 17 cadeiras, nove reeleitos e oito novos (47%).
Rondônia - oito cadeiras, quatro reeleitos e quatro novos (50%).
Roraima - oito cadeiras, três reeleitos e cinco novos (62,5%).
Tocantins - oito cadeiras, dois reeleitos e seis novos (75%).
Centro-Oeste
Distrito Federal - oito cadeiras, dois reeleitos e seis novos (75%).
Goiás - 17 cadeiras, 14 reeleitos e três novos (17,6%).
Mato Grosso - oito cadeiras, quatro reeleitos e quatro novos (50%)
Mato Grosso do Sul - oito cadeiras, seis reeleitos e dois novos (25%).
Nordeste
Alagoas - nove cadeiras, quatro reeleitos e cinco novos (55,5%).
Bahia - 39 cadeiras, 29 reeleitos e dez novos (25,6%).
Ceará - 22 cadeiras, 13 reeleitos e nove novos (40,9%).
Maranhão - 18 cadeiras, oito reeleitos e dez novos (55,5%).
Paraíba - 12 cadeiras, seis reeleitos e seis novos (50%).
Pernambuco - 25 cadeiras, 14 reeleitos e 11 novos (44%).
Piauí - dez cadeiras, sete reeleitos e três novos (30%).
Rio Grande do Norte - oito cadeiras, quatro reeleitos e quatro novos (50%).
Sergipe - oito cadeiras, três reeleitos e cinco novos deputados (62,5%).
Sudeste
Espírito Santo - dez cadeiras, quatro reeleitos e seis novos (60%).
Minas Gerais - 53 cadeiras, 28 reeleitos e 25 novos (47,2%).
Rio de Janeiro - 46 cadeiras, 21 reeleitos e 25 novos (54,3%).
São Paulo - 70 cadeiras, 30 reeleitos e 40 deputados novos (57%).
Sul
Paraná - 30 cadeiras, 21 reeleitos e nove deputados novos (30%).
Rio Grande do Sul - 31 cadeiras, 19 reeleitos e 12 novos (38,7%).
Santa Catarina - 16 cadeiras, oito reeleitos e oito novos (50%).
Observação: Os dados relativos aos candidatos que se elegeram e aos que não conseguiram reeleição estão de acordo com o TSE e sujeitos a alteração até o dia 14 de novembro, prazo máximo estipulado pelo tribunal para que os TREs divulguem os resultados finais para as eleições proporcionais de deputado federal, estadual e senador.
Matéria publicada em 05.10.06. Última atualização em 1910.06.
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