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Presidente Jair Bolsonaro [fotografo] Marcos Corrêa/PR [/fotografo]
Na última sexta-feira (31) o presidente Jair Bolsonaro, mais uma vez, foi à público atacar os povos indígenas e uma das mais importantes entidades do setor. As palavras do presidente acenderam o alerta Vermelho dentro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pois, segundo o secretário executivo do Cimi, Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira a "fala do presidente foi muito desrespeitosa e ao mesmo tempo ela contribui para todo esse processo de violência contra os defensores dos direitos humanos no Brasil".
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"[Roraima] É um dos estados mais ricos do Brasil, nas questões de reserva. Nós estamos com dificuldades de levar a União para lá por questões indigenistas. O Cimi sempre prestou um desserviço para o Brasil", disse o mandatário na sexta.
"A gente responsabiliza o governo federal, na pessoa do presidente Jair Bolsonaro, por qualquer dano que venha a ser causado aos missionários do Cimi", disse em entrevista ao Congresso em Foco.
O pensamento de Eduardo vai de encontro com o que diz uma das maiores lideranças indígenas do país, Sônia Guajajara. Ela responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pelo assassinato a tiros de dois homens de sua comunidade, no início do mês, na BR 226, que corta a terra indígena do povo Guajajara no Maranhão. Firmino Prexede Guajajara e Raimundo Guajajara foram atingidos por ocupantes de um veículo quando voltavam de uma reunião em que discutiam a defesa dos moradores da região. Outros quatro indígenas foram feridos.
“Esses crimes não são casos isolados, são reflexo do ódio que vem sendo disseminado pela autoridade máxima do país contra nós, povos indígenas. O presidente deveria cumprir a Constituição Federal e garantir a proteção às nossas vidas e ao meio ambiente. Infelizmente o que vemos é o contrário, um comportamento que não condiz com o de um presidente. Exigimos justiça. esses crimes não podem continuar impunes”, disse Sonia em um vídeo publicado nas redes sociais.
Conselho Indigenista Missionário
O Cimi é um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Criado em 1972, no auge da Ditadura Militar, a instituição visa lutar pelos direitos dos povos indígenas.
A missão do grupo é: "Testemunhar e anunciar profeticamente a Boa-Nova do Reino, a serviço dos projetos de vida dos povos indígenas, denunciando as estruturas de dominação, violência e injustiça, praticando o diálogo intercultural, inter-religioso e ecumênico, apoiando as alianças desses povos entre si e com os setores populares para a construção de um mundo para todos, igualitário, democrático, pluricultural e em harmonia coma natureza, a caminho do Reino definitivo".
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