Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Erick Mota
2/2/2020 17:17
"É a fala de um presidente da República. Isso tem um peso. Isso coloca os apoiadores dele em uma franca cruzada contra os colaboradores do Cimi", declarou Eduardo.
O secretário denunciou à reportagem a perseguição sofrida pelos missionários da entidade. Segundo ele, os agentes do Cimi não estão tendo acesso às reservas indígenas, o que nunca havia acontecido. "Já existe algumas áreas em que o Cimi não está conseguindo entrar. Da mesma forma que funcionários da Funai que eram mais ligados às causas indígenas estão sendo exonerados e impedidos de trabalhar", disse.
"Sempre existiu diálogo, nunca houve problemas de ataques contra os servidores do Cimi. Agora o Cimi está sendo impedido de entrar nos ministérios. O governo nunca fez nenhuma restrição de acesso às áreas indígenas, mas agora nós temos uma política voltada totalmente para a tutela que quer desconsiderar os direitos indígenas. Os indígenas passam a não ter direito sobre o seu território e sobre si mesmos", declarou.
"O governo caminha na direção do aumento da violência. As falas e as ações do governo fazem com que isso ocorra: as invasões por parte de garimpeiros e madeireiros. As queimadas que aconteceram, isso tudo vem em decorrência da fala do presidente da República", afirmou.
Eduardo relembrou outra fala recente do presidente Jair Bolsonaro. "Recentemente ele disse que os povos indígenas estão caminhando para virar gente. Ou seja, ele considera índios animais", declarou Eduardo.
"O índio mudou, tá evoluindo. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós. Então, [precisamos] fazer com que o índio se integre à sociedade, e que seja verdadeiro de sua terra. É isso que queremos aqui", disse o mandatário no último dia 23.
Em 11 anos, nunca se matou tantas lideranças indígenas como em 2019. Até o início de dezembro do ano passado foram sete lideranças mortas por fazendeiros e madeireiros ilegais.
O Cimi é um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Criado em 1972, no auge da Ditadura Militar, a instituição visa lutar pelos direitos dos povos indígenas.
A missão do grupo é: "Testemunhar e anunciar profeticamente a Boa-Nova do Reino, a serviço dos projetos de vida dos povos indígenas, denunciando as estruturas de dominação, violência e injustiça, praticando o diálogo intercultural, inter-religioso e ecumênico, apoiando as alianças desses povos entre si e com os setores populares para a construção de um mundo para todos, igualitário, democrático, pluricultural e em harmonia coma natureza, a caminho do Reino definitivo".
> Sonia Guajajara culpa Bolsonaro por assassinatos de indígenas no MA
Tags
Temas
SEGURANÇA PÚBLICA
Derrite assume relatoria de projeto que trata facções como terroristas
TRANSPORTE AÉREO
Câmara aprova proibição da cobrança por malas de até 23 kg em voos