Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Reforma Política: na política, os detalhes importam

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Reforma Política: na política, os detalhes importam

Congresso em Foco

5/8/2017 | Atualizado às 14:05

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

"Não podemos nos esquecer: na política, os detalhes importam e muito"
Reformas políticas estão sendo discutidas, no Brasil e na Venezuela. Mesmo que em proporções e condições diferentes, ambos os países estão sobrecarregados por crise político-econômica e sinalizam sair do marasmo pela via da reestruturação da atividade política. Considerando que renovação e reorganização são partes importantes do glossário das democracias mais avançadas, aspirar por reformas não parece ser negativo, porém imperativo para estes dois países em crise. O problema, contudo, está nos detalhes. Na Venezuela, o governo do presidente Nicolás Maduro conseguiu emplacar sua Assembleia Constituinte. Em eleição ocorrida no último domingo (31/07), os cidadãos que foram às urnas (apenas cerca de 10% da população compareceu, de acordo com a oposição) elegeram seus 545 representantes, que terão como missão refazer a Carta Magna revogando a atual, promulgada em 1999 pelo ex-presidente Hugo Chávez. Oficialmente, a convocação desta Assembleia parece ser honrosa, tendo como algumas das suas finalidades apaziguar as relações entre situação e oposição e revisar a matriz econômica do país, diminuindo a dependência excessiva do petróleo. Tudo isso seria arquitetado por meio de plataforma de democracia participativa, na qual os cidadãos fariam parte das discussões e aprovariam, a posteriori, o texto final por meio de referendo popular. Esta ação é corroborada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) que, diferentemente do governo Temer, decidiu apoiar Maduro. Tais fatos, contudo, não revelam a realidade pouco democrática e republicana da Venezuela. Não obstante ao que foi mencionado anteriormente, a verdade é que esta Assembleia Constituinte servirá para garantir maior fôlego político ao presidente, pressionado pela oposição, que possui maioria no Congresso Nacional e tem apoio expressivo da população. A Constituinte tem capacidade deliberativa acima dos três poderes constituídos e pode, inclusive, paralisar as atividades do Parlamento, o que converge com os interesses governistas. Além disso, a eleição presidencial, marcada para 2018, poderá não ocorrer caso a nova Constituição não tenha sido promulgada, o que viabilizaria a permanência de Maduro no poder. Em desacordo a estas medidas, a oposição garantiu que seguirá com protestos de rua, mesmo diante da truculência do governo venezuelano, responsável pela morte de quase dez manifestantes no último fim de semana. Em terras brasileiras, a situação, por óbvio, não é tão dramática quanto na Venezuela, porém tem suas consequências deletérias. Enquanto o presidente Temer se alegra por sancionar a Reforma Trabalhista e derrubar a denúncia por corrupção passiva na Câmara dos Deputados, a Reforma Política segue em debate no Congresso Nacional. [caption id="attachment_303897" align="alignright" width="300" caption=""Não podemos nos esquecer: na política, os detalhes importam e muito""][fotografo]Antonio Cruz/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Para a próxima quarta-feira (09) está prevista reunião da Comissão Especial da Reforma Política e votação do último relatório do deputado Vicente Candido (PT-SP). Entre as principais alterações estão a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDP), que garantiria R$ 3,5 bilhões para financiar campanhas eleitorais em 2018; possibilidade de recall para revogação dos mandatos de presidente da República, governador, prefeito e senador por parte dos eleitores; prevê eleições pelo sistema distrital misto a partir de 2022, mantendo o sistema atual até a próxima eleição; e extingue a figura do vice nas esferas Federal, Estadual e Municipal, além de diminuir o número de suplentes no Senado.   A despeito desses pontos principais, foram "detalhes" do relatório que chamaram a atenção da opinião pública, dada a possibilidade de gerar impunidade e permitir que políticos envolvidos com a Operação Lava Jato consigam disputar eleição em 2018. Trata-se da chamada "emenda Lula", que representava dois artigos do relatório que mudariam dispositivos do Código e da Lei das Eleições. Basicamente, isso proibiria que candidatos fossem presos até oito meses antes da eleição, revogando a lei anterior que previa apenas quinze dias antes. A justificativa para a extensão desse prazo, de acordo com o relator, parecia eficaz, pois protegeria os candidatos de perseguição política e abuso de autoridade por parte do judiciário, garantindo o direito do cidadão de votar naquele político. Contudo, com Lula condenado por Sergio Moro, as circunstâncias levam a crer que tal medida foi proposta pelo deputado petista para beneficiar o ex-presidente, que pode ter sua prisão decretada pelo Tribunal Regional Federal há poucos meses da eleição de 2018. Lula tem todo o direito de provar sua inocência nas instâncias judiciais e conseguir, pelo voto, seu retorno à presidência. Porém, fazer uso de manobras políticas como essa é pouco republicano e precisa ser rechaçado pelos cidadãos. E isso ocorreu. Diante da repercussão negativa, esses pontos foram retirados de pauta pelo relator. Seja na Venezuela, no Brasil ou qualquer outro país, a política é composta por detalhes. É imperativo estar atento a possíveis desvios de conduta e fomentar a criação de mais instrumentos de controle e accountability nas esferas de poder. A "emenda Lula" não foi a primeira e nem será a última proposta legislativa feita pelos políticos para beneficiar os próprios. Quem não se lembra da votação do pacote anticorrupção na calada da noite, com a finalidade de desfigurar aquele projeto de iniciativa popular? Não podemos nos esquecer: na política, os detalhes importam e muito. Leia outros artigos de Vinicius Sousa
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

Lula Reforma política Venezuela Tribunal Regional Federal Sérgio Moro abuso de autoridade Temer crise brasileira relações republicanas

Temas

Reportagem País Congresso

LEIA MAIS

ECONOMIA

Governo assumiu compromisso com corte de despesas, diz Hugo

Pesquisas

População vê Lula e Bolsonaro como culpados por fraudes no INSS

Câmara dos Deputados

Nelinho assume mandato após deputado Eunício Oliveira se licenciar

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

2

Piso Salarial

Comissão da Câmara aprova piso salarial para tradutores e intérpretes

3

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Grupo de políticos brasileiros tenta sair de Israel pela Jordânia

4

TRÊS PODERES

Entenda as "emendas paralelas" que entraram no radar do STF

5

Agenda

Lula participa de Cúpula do G7 no Canadá

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES