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Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Vinícius Sousa
5/8/2017 | Atualizado às 14:05
[fotografo]Antonio Cruz/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Para a próxima quarta-feira (09) está prevista reunião da Comissão Especial da Reforma Política e votação do último relatório do deputado Vicente Candido (PT-SP). Entre as principais alterações estão a criação do Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDP), que garantiria R$ 3,5 bilhões para financiar campanhas eleitorais em 2018; possibilidade de recall para revogação dos mandatos de presidente da República, governador, prefeito e senador por parte dos eleitores; prevê eleições pelo sistema distrital misto a partir de 2022, mantendo o sistema atual até a próxima eleição; e extingue a figura do vice nas esferas Federal, Estadual e Municipal, além de diminuir o número de suplentes no Senado.
A despeito desses pontos principais, foram "detalhes" do relatório que chamaram a atenção da opinião pública, dada a possibilidade de gerar impunidade e permitir que políticos envolvidos com a Operação Lava Jato consigam disputar eleição em 2018.
Trata-se da chamada "emenda Lula", que representava dois artigos do relatório que mudariam dispositivos do Código e da Lei das Eleições. Basicamente, isso proibiria que candidatos fossem presos até oito meses antes da eleição, revogando a lei anterior que previa apenas quinze dias antes.
A justificativa para a extensão desse prazo, de acordo com o relator, parecia eficaz, pois protegeria os candidatos de perseguição política e abuso de autoridade por parte do judiciário, garantindo o direito do cidadão de votar naquele político.
Contudo, com Lula condenado por Sergio Moro, as circunstâncias levam a crer que tal medida foi proposta pelo deputado petista para beneficiar o ex-presidente, que pode ter sua prisão decretada pelo Tribunal Regional Federal há poucos meses da eleição de 2018.
Lula tem todo o direito de provar sua inocência nas instâncias judiciais e conseguir, pelo voto, seu retorno à presidência. Porém, fazer uso de manobras políticas como essa é pouco republicano e precisa ser rechaçado pelos cidadãos. E isso ocorreu. Diante da repercussão negativa, esses pontos foram retirados de pauta pelo relator.
Seja na Venezuela, no Brasil ou qualquer outro país, a política é composta por detalhes. É imperativo estar atento a possíveis desvios de conduta e fomentar a criação de mais instrumentos de controle e accountability nas esferas de poder. A "emenda Lula" não foi a primeira e nem será a última proposta legislativa feita pelos políticos para beneficiar os próprios. Quem não se lembra da votação do pacote anticorrupção na calada da noite, com a finalidade de desfigurar aquele projeto de iniciativa popular? Não podemos nos esquecer: na política, os detalhes importam e muito.
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