Entrar

    Cadastro

    Notícias

    Colunas

    Artigos

    Informativo

    Estados

    Apoiadores

    Radar

    Quem Somos

    Fale Conosco

Entrar

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigos
  1. Home >
  2. Notícias >
  3. Os biombos da desestruturante dívida pública federal

Publicidade

Publicidade

Receba notícias do Congresso em Foco:

E-mail Whatsapp Telegram Google News

Os biombos da desestruturante dívida pública federal

Congresso em Foco

14/6/2018 14:00

A-A+
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

[fotografo] Agência Brasil [/fotografo]

[fotografo] Agência Brasil [/fotografo]
[caption id="attachment_339446" align="aligncenter" width="580" caption="Governo central vem se endividando para custear a despesa com a dívida pública - que é despesa corrente - e para evitar o descumprimento da Regra de Ouro, escreve auditor fiscal"][/caption]     João Pedro Casarotto* São três os biombos que escondem e protegem o crescimento explosivo da dívida pública federal (DPF), que se tornou num dos maiores mecanismos de transferência de renda de toda a sociedade para um ínfimo grupo social. Para ampliar a capacidade de investimento público, a chamada Regra de Ouro da Constituição Federal (art. 167, III) só autoriza o endividamento dos entes federados para a realização de despesas de capital, que são aquelas que contribuem diretamente para a formação ou aquisição de um bem de capital, como a execução de obras e a aquisição de imóveis. No entanto, o governo central vem se endividando para custear a despesa com a dívida pública - que é despesa corrente - e para evitar o descumprimento do mandamento constitucional a registra como se fosse despesa de capital, a exemplo da contabilização da dita correção monetária incidente sobre o estoque da DPF e a da paga no resgate de títulos desta dívida. O biombo que oculta este procedimento atécnico está amparado por inconstitucionais dispositivos legais, que permitem a adoção deste drible elástico que tem resultado em uma prejudicial contabilidade criativa. Aliás, este tema é excelentemente abordado no estudo especial sobre a regra de ouro elaborado pela Instituição Fiscal Independente do Senado Federal brasileiro. O outro biombo é aquele que sombreia parte da DPF. O relatório sobre a DPF, amplamente divulgado e analisado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), não considera como dívida o valor dos títulos emitidos pelo tesouro e entregues ao Banco Central para que este faça a dita política monetária. Ocorre que ao realizar esta política, o Banco Central entrega - por meio das operações compromissadas - estes títulos para o setor financeiro, portanto é preciso somar estes valores para obtermos o efetivo montante da DPF, que, aliás, não é pouco, pois em dezembro de 2017, o total destes títulos chegou a R$ 1,7 trilhão, que representava 32% da DPF ou 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ajustando-se a conta, em dezembro de 2017 a DPF chegou a 80% do PIB (em 12/1999 era 40%) e se a compararmos com a receita corrente líquida da União - critério mais apropriado devido, entre outros motivos, ao seu curto prazo de vencimento - temos que ela atingiu o índice de 7,2% (em 12/1999 era 3,4%). Ou seja, nessa data seriam necessárias mais de sete receitas líquidas anuais para poder quitar esta dívida. O terceiro e mais festejado de todos é o biombo do falacioso resultado primário e seus decorrentes superávits ou déficits. O superávit primário acontece quando o valor de todas as receitas correntes supera as despesas do governo, mas destas é subtraído o pagamento dos juros. Como de dezembro de 1999 a dezembro de 2013 ocorreram superávits primários, passou-se para a nação a ideia de que tudo estava indo muito bem, afinal estaríamos conseguindo recursos para reduzir o endividamento do governo central e com isto viabilizaríamos os investimentos impulsionadores do desenvolvimento do nosso país. A fantasia foi rasgada quando o inevitável apareceu: de 2014 a 2017 ocorreram déficits primários e a nação se deu conta de que a DPF havia crescido a ponto de se tornar explosiva. Estes biombos foram construídos para liberar o endividamento federal e com isto permitir transferências de vultosas rendas da sociedade brasileira para o desestruturante rentismo. A centralização política, tributária, econômica, administrativa e financeira que vem se acentuando no Brasil tem permitido a fortificação de um superior estamento burocrático, que tem provocado a anomia governamental federal e o seu consequente alastramento para todos os demais entes da federação. Este estamento tirânico também está amparado pelo Senado Federal, pois os senadores estão descumprindo a obrigação que lhes foi imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é o de estabelecer um limite para a DPF. O Senado, a Câmara e o Tribunal de Contas da União não estão cumprindo com a obrigação de evitar este tipo de desmando a fim de, inclusive, proteger a federação, única forma de organização do Estado brasileiro que viabiliza o desenvolvimento nacional e que, até por isto, foi estabelecida por sucessivas assembleias nacionais constituintes. Este estado de coisas tem provocado alta concentração de renda e acentuada diminuição de postos de trabalho provocando a atual deterioração social e econômica, que tem levado crescente massa de jovens a não obter renda para atender aos apelos de consumo que lhes são dirigidos, o que os leva ao subemprego, à frustração, à revolta, à violência, ao individualismo e ao hedonismo. Caso continuemos com essas omissões, se vislumbram duas perigosas consequências: 1) rogo ao Fundo Monetário Internacional e/ou ao Banco Mundial, com a submissão de políticas públicas e a entrega dos meios de produção e da infraestrutura para multinacionais ocidentais; e/ou 2) rogo à China, com entrega dos meios de produção e da infraestrutura para empresas estatais chinesas. *João Pedro Casarotto é auditor fiscal em Porto Alegre (RS)
legais, que permitem a adoção deste drible
elástico que tem resultado em uma prejudicial contabilidade criativa.
Aliás, este tema é excelentemente abordado no estudo especial sobre a
regra de ouro elaborado pela Instituição Fiscal Independente do Senado
Federal brasileiro.
O outro biombo é aquele que sombreia parte da DPF.
O relatório sobre a DPF, amplamente divulgado e analisado pela
secretaria do tesouro nacional (STN), não considera como dívida o valor
dos títulos emitidos pelo tesouro e entregues ao banco central para que
este faça a dita política monetária.
Ocorre que ao realizar esta política, o banco central entrega - por meio
das operações compromissadas - estes títulos para o setor financeiro,
portanto é preciso somar estes valores para obtermos o efetivo
montante da DPF, que, aliás, não é pouco, pois em dezembro de 2017, o
total destes títulos chegou a R$ 1,7 trilhão, que representava 32% da
DPF ou 25% do produto interno bruto (PIB) brasileiro.
Ajustando-se a conta, em dezembro de 2017 a DPF chegou a 80% do
PIB (em 12/1999 era 40%) e se a compararmos com a receita corrente
líquida da União - critério mais apropriado devido, entre outros motivos,
ao seu curto prazo de vencimento - temos que ela atingiu o índice de 7,2
(em 12/1999 era 3,4), ou seja, nesta data seriam necessárias mais de
sete receitas líquidas anuais para poder quitar esta dívida.
O terceiro e mais festejado de todos é o biombo do falacioso resultado
primário e seus decorrentes superávits ou déficits.
O superávit primário acontece quando o valor de todas as receitas
correntes supera as despesas do governo, mas destas é subtraído o
pagamento dos juros.
Como de dezembro de 1999 a dezembro de 2013 ocorreram superávits
primários, passou-se para a nação a ideia de que tudo estava indo muito
bem, afinal estaríamos conseguindo recursos para reduzir o
endividamento do governo central e com isto viabilizaríamos os
investimentos impulsionadores do desenvolvimento do nosso país.
A fantasia foi rasgada quando o inevitável apareceu: de 2014 a 2017
ocorreram déficits primários e a nação se deu conta de que a DPF havia
crescido a ponto de se tornar explosiva.
Estes biombos foram construídos para liberar o endividamento federal e
com isto permitir transferências de vultosas rendas da sociedade
brasileira para o desestruturante rentismo.
A centralização política, tributária, econômica, administrativa e
financeira que vem se acentuando no Brasil tem permitido a fortificação
de um superior estamento burocrático, que tem provocado a anomia
governamental federal e o seu consequente alastramento para todos os
demais entes da federação.
Este estamento tirânico também está amparado pelo senado federal,
pois os senadores estão descumprindo a obrigação que lhes foi imposta
pela lei de responsabilidade fiscal, que é o de estabelecer um limite para
a DPF.
O senado, a câmara e o tribunal de contas da união não estão
cumprindo com a obrigação de evitar este tipo de desmando a fim de,
inclusive, proteger a federação, única forma de organização do estado
brasileiro que viabiliza o desenvolvimento nacional e que, até por isto,
foi estabelecida por sucessivas assembleias nacionais constituintes.
Este estado de coisas tem provocado alta concentração de renda e
acentuada diminuição de postos de trabalho provocando a atual
deterioração social e econômica, que tem levado crescente massa de
jovens a não obter renda para atender aos apelos de consumo que lhes
são dirigidos, o que os leva ao subemprego, à frustação, à revolta, à
violência, ao individualismo e ao hedonismo.
Caso continuemos com estas omissões, se vislumbram duas perigosas
consequências: 1) rogo ao fundo monetário internacional e/ou ao banco
mundial, com a submissão de políticas públicas e a entrega dos meios de
produção e da infraestrutura para multinacionais ocidentais; e/ou 2)
rogo à China, com entrega dos meios de produção e da infraestrutura
para empresas estatais chinesas.
*Auditor-Fiscal - Porto Alegre (RS)
Siga-nos noGoogle News
Compartilhar

Tags

governo economia Banco Central Fórum divida publica federal endividamento do estado

Temas

Economia

LEIA MAIS

ECONOMIA

Governo assumiu compromisso com corte de despesas, diz Hugo

ECONOMIA

Economia brasileira avançou 0,2% em abril, diz prévia do Banco Central

ECONOMIA DIGITAL

Pix Automático começa a funcionar nesta segunda-feira

NOTÍCIAS MAIS LIDAS
1

COMÉRCIO

Câmara vota fim da regra que exige acordo para trabalho em feriados

2

Piso Salarial

Comissão da Câmara aprova piso salarial para tradutores e intérpretes

3

GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Grupo de políticos brasileiros tenta sair de Israel pela Jordânia

4

TRÊS PODERES

Entenda as "emendas paralelas" que entraram no radar do STF

5

Agenda

Lula participa de Cúpula do G7 no Canadá

Congresso em Foco
NotíciasColunasArtigosFale Conosco

CONGRESSO EM FOCO NAS REDES