Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
23/10/2006 | Atualizado às 14:42
O Ministério Público Federal em São Paulo quer que o deputado federal eleito pelo PT de Pernambuco Carlos Wilson, ex-presidente da Infraero, explique "irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na licitação para reforma e ampliação do aeroporto de Congonhas".
Leia a íntegra da nota da Procuradoria da República no Estado de S. Paulo
MPF pede a quebra de sigilo bancário de ex-presidente da Infraero
O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou uma ação cautelar na Justiça Federal de São Paulo pedindo a quebra dos sigilos bancário e fiscal e a indisponibilidade dos bens do ex-presidente da Empresa
Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Carlos Wilson (deputado federal eleito pelo PT em Pernambuco), e de mais quatro diretores e ex-diretores da estatal em sua gestão (janeiro/2003 à
março/2006), em virtude de irregularidades constatadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) na licitação para reforma e ampliação do aeroporto de Congonhas.
Julgada procedente a ação, o MPF-SP usará os dados para instruir futura ação de improbidade administrativa contra Wilson e os demais envolvidos: a Procuradora-Geral da Infraero, Josefina Pinha, a diretora de Engenharia da empresa, Eleuza Terezinha Lores, o gerente de coordenação de empreendimentos da estatal, Francisco Erivan de Albuquerque, e o ex-ocupante do mesmo cargo, Rogério Mansur Barata.
Desde 2004, o MPF investiga irregularidades detectadas na concorrência 001/DAAG/SBSP/2004 para reforma e ampliação do aeroporto internacional de Congonhas, em São Paulo, o de maior tráfego aéreo da América Latina.
No mesmo ano, o MPF ajuizou uma Ação Civil Pública, distribuída à 25ª Vara Cível de São Paulo, pedindo a anulação do certame e a suspensão da contratação e execução das obras licitadas, em virtude de três falhas graves detectadas no processo licitatório: ausência de fracionamento do objeto da concorrência, inadequação do tipo de licitação escolhida e exigências técnicas descabidas no edital do certame.
O juiz Djalma Moreira Gomes, titular da 25ª Vara Federal Cível concedeu liminar favorável ao MPF, que foi suspensa em 2005 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, o que não impediu o trâmite da ação.
Entretanto, em julho deste ano a ação foi extinta sem o julgamento do mérito pelo juiz substituto Enio Laércio Chappuis, que entendeu que a ação civil pública não era a via processual adequada para pedir a
anulação do edital de licitação. O MPF já recorreu da decisão.
Entretanto, em setembro deste ano, o TCU concluiu e enviou ao MPF relatório preliminar sobre a auditoria que realizou em junho deste ano nos documentos da concorrência e na prestação de contas das obras já
realizadas. O relatório aponta 12 irregularidades no processo de reforma e ampliação do aeroporto, entre as quais sobrepreço e superfaturamento, que pode chegar a casa dos R$ 105 milhões, e aponta quais diretores da Infraero, com atos e omissões, contribuíram para a ocorrência das ilegalidades detectadas pela auditoria.
Por ser preliminar, o relatório dos técnicos da Secretaria de Controle Externo do TCU em São Paulo poderá ser alterado quando julgado, em Brasília, pelo ministro do tribunal relator do caso. A documentação foi fornecida ao MPF com autorização do ministro e o julgamento administrativo do TCU não vincula o entendimento do poder judiciário sobre as irregularidades apontadas.
Em virtude da conexão entre a ação anterior e a atual, o MPF pediu que a ação fosse distribuída à 25ª Vara Federal Cível de São Paulo, que entendeu não haver conexão e mandou a ação para livre distribuição. A ação está agora com o juiz Maurício Kato, da 21ª Vara Federal Cível.
IRREGULARIDADES - Segundo o relatório preliminar do TCU, foram encontradas 12 irregularidades ``graves e com continuidade , o que para o MPF, evidencia ``a magnitude das ilegalidades cometidas . A
principal delas indica sobrepreço de 31% a 252% nos valores praticados no contrato pelo consórcio vencedor da licitação (OAS/Camargo Corrêa/Galvão).
As pontes de embarque tipo "nose loader" usadas no aeroporto de Congonhas custaram à Infraero R$ 2.218.665,62 a unidade e o mesmo item foi orçado pelos técnicos do TCU ao custo de R$ 630.209,11. Ou seja, o pagamento do produto ocorreu com um valor de 252% acima do valor praticado no mercado. Diante da gravidade e da abrangência do sobrepreço na obra, que atingiu a cifra de R$ 17,9 milhões apenas na amostra analisada, a equipe de de auditoria do TCU chegou a recomendar à Infraero que parasse de pagar pelos serviços.
Ao todo, nas três amostras analisadas pelo TCU, que representam pouco mais de 20% da obra executada, o sobrepreço encontrado foi de R$ 25,2 milhões. O MPF fez uma estimativa do sobrepreço total, que resultou na cifra de R$ 105,2 milhões. À Justiça, o MPF pede que os bens dos acusados sejam somados e indisponibilizados até esse teto, solidariamente.
A auditoria aponta também que a concorrência teve um projeto básico deficiente, que não previu soluções para minimizar eventuais reformulações durante o projeto executivo_ o que resultou, por exemplo, num aditivo contratual celebrado em 2005, menos de um ano após a aprovação do projeto básico, que aumentou o custo da obra de R$ 151 milhões para R$ 166 milhões.
Outras falhas graves detectadas foram: início da licitação antes mesmo do término do projeto básico; a ausência de justificativa para preços acima dos constantes nos sistemas de referência (apenas na amostra da obra auditada pelo TCU, o tribunal encontrou vários serviços do orçamento-base com custos acima do mercado, perfazendo, na amostra, uma diferença de R$ 16,3 milhões).
Segundo o MPF, Carlos Wilson e a diretoria da Infraero, restringiram indevidamente o caráter competitivo do certame por meio de mecanismos de avaliação subjetivos, suprimindo fases exigidas pela lei de licitações, criando condições para direcionar o resultado do certame, vencido pelo consórcio OAS/Camargo Corrêa/Galvão.
Procuradoria da República no Estado de S. Paulo
Temas
DEFESA DA ADVOCACIA
OAB pede reunião urgente com INSS após postagem sobre benefícios
AGENDA DO SENADO
Pauta do Senado tem isenção do IR e proteção a direitos sociais
A revolução dos bichos
Júlia Zanatta diz que galinha pintadinha é "militante do PSOL"
TENTATIVA DE GOLPE
STF começa na sexta a julgar recurso de Bolsonaro contra condenação
SEGURANÇA PÚBLICA
Entenda o projeto de lei antifacção e o que muda no combate ao crime