Edson SardinhaO governo quer acelerar no Senado a votação do projeto que eleva de R$ 540 para R$ 545 o valor do salário mínimo,
aprovado ontem (16) pela Câmara. De acordo com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), a estratégia é votar a proposição na quarta-feira da próxima semana, antes que a pauta da Casa seja obstruída pelas medidas provisórias aprovadas pelos deputados. Caso seja aprovado sem modificações pelos senadores, o texto seguirá para a sanção da presidenta Dilma Rousseff.
Jucá informou esta manhã que pretende pedir urgência para que a proposta seja examinada apenas pelo plenário, sem passar pelas comissões permanentes. O governo espera não ter dificuldade para aprovar o novo mínimo entre os senadores porque dispõe de confortável maioria na Casa. Os oposicionistas ocupam apenas 18 das 81 cadeiras. O PT de Dilma Rousseff e o PMDB de Michel Temer têm, juntos, 35 senadores. O único petista que se posicionou contra os R$ 545 até agora foi o senador
Paulo Paim (RS), ligado ao movimento sindical.
O Planalto também dá como certo que terá os votos dos senadores de outros aliados: PP, PR, PSB, PTB, PSC, PMN, PCdoB e PRB.
O PDT, que tem quatro senadores, ainda é visto como uma incógnita. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, apresentou uma emenda para que o mínimo subisse para R$ 560, valor defendido pelas centrais sindicais. A bancada ameaçou votar a favor desse valor, mas acabou recuando depois da visita à Câmara do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, presidente licenciado do partido. Lupi pediu aos colegas que acompanhassem a orientação do governo. A pressão surtiu efeito: apenas nove dos 27 deputados do PDT contrariaram a recomendação governista.
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