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Os menudos da CCJ

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29/3/2007 | Atualizado 17/4/2007 às 18:35

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Daniella Borges

Se os recrutadores da nova formação do grupo musical Menudos – que buscam novos talentos em reality shows nos Estados Unidos para a boy band,  febre nos anos 80 entre crianças e adolescentes – baixarem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, encontrarão um conjunto mais que completo.

Em vez de um quinteto, como era a formação original dos porto-riquenhos, a mais poderosa comissão da Casa reúne seis parlamentares que, devido à pouca idade e ao sonho em comum de fazer sucesso no palco político, já ganharam dos colegas mais experientes o apelido que remete à famosa banda.

No lugar de Charlie, Ray, Roy, Robby e Ricky, para citar a versão mais conhecida do grupo, na Câmara, os holofotes procuram os deputados Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), 28 anos, Bruno Araújo (PSDB-PE), 35, Efraim Filho (DEM-PB), 28, Felipe Maia (DEM-RN), 34, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), 27, e Maurício Quintella Lessa (PR-AL), 36.

O grupo pode até não ser dos mais afinados, como mostraram as recentes disputas travadas na CCJ em torno da instalação da CPI do Apagão Aéreo. Afinal, apenas Maurício e Leonardo são governistas; os demais fazem oposição ao governo Lula (leia mais). Mas quem disse que os Menudos primavam pela excelência musical?

Política como música

Divergências partidárias à parte, os deputados reúnem tantas características em comum que ninguém duvida que o sexteto possa tocar junto. Jovens, com grandes ambições políticas, vaidosos – não dispensam o gel no cabelo nem os ternos de corte moderno –, os seis também são herdeiros da “velha guarda”, que há décadas conhece os caminhos do poder.

O mais famoso deles, ACM Neto, traz no nome a referência ao avô senador, assim como Efraim, filho do também senador Efraim Moraes (DEM-PB). Tal como o colega paraibano, Felipe também estréia na Câmara sob o olhar atento do líder do DEM (novo nome do PFL) no Senado, José Agripino (RN), seu pai. Bruno, outro novato, é filho do ex-deputado estadual pernambucano Eduardo Araújo.

Mais jovem presidente a assumir o comando da principal comissão da Casa, Leonardo aprendeu a fazer política com o pai, o deputado estadual Jorge Picciani (PMDB), presidente da Assembléia Legislativa do Rio. Maurício, o mais velho da turma, é primo do ex-governador de Alagoas Carlos Lessa.
 
Por herança ou mérito próprio, os seis começam a vida parlamentar em condição privilegiada, ocupando a mais cobiçada das comissões permanentes. Na CCJ, são analisados os aspectos constitucional, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa de todas as proposições que tramitam na Casa.

Ritmo descompassado

Em seus discursos, os menudos da Comissão de Constituição e Justiça usam e abusam de palavras e expressões como “renovar”, “imprimir novas discussões” e “novas idéias”. Mas a letra, nesse caso, nem sempre casa com a música. 

Além de “inovar”, eles também querem dar “continuidade” ao que classificam como “bons serviços prestados” ao país por suas famílias, sempre apontadas como principal referência. No fundo, é como se quisessem lançar um CD acústico, com músicas pra lá de conhecidas, mas com arranjos tinindo de novos.

A política brasileira revisitada tem ares de nova. Mas, como diria o cantor e compositor Cazuza, está mais para “um museu de grandes novidades”. Para o cientista político Alexandre Barros, a ascensão dos menudos na CCJ significa a “perpetuação de oligarquias políticas no Brasil” e uma “ameaça à democracia”.

Ele analisa: “Isso é sinal de oligarquia, é sinal de que se está diminuindo o valor do processo democrático. As chances de esses políticos serem eleitos são maiores do que as do cidadão comum, porque eles aprendem cedo a fazer política, além de carregarem um sobrenome importante no meio político”.

A manutenção do poder de família de políticos tradicionais não é apenas um fenômeno brasileiro. Nos Estados Unidos, por exemplo, o presidente George W. Bush é filho de um ex-presidente da República e irmão do governador Jebb Bush.

“Quando gente jovem vinda de família de tradição política torna-se eminente no meio político, é uma luz amarela, bem brilhante que se acende, sobretudo se rapidamente passarem a integrar uma comissão que, tradicionalmente, era de deputado sênior”, avalia Barros. O cientista político conclui: “Nenhum problema quanto ao poder dos jovens, mas no caso do PFL (rebatizado de DEM), por exemplo, está se reestruturando com caras novas, mas são todos filhotes dos caciques”.

Herança política

Os herdeiros políticos da CCJ reconhecem que, na hora de pedir voto, ter um sobrenome de peso faz diferença. Apesar disso, tentam fugir de rótulos. Efraim Filho faz trocadilho com o próprio nome para explicar suas diferenças com o pai senador. “Há muita diferença entre ser Efraim Filho e ser filho do Efraim”, filosofa o deputado. “É uma grande honra ser filho de Efraim, porque acho que, de certa maneira, atesta que tenho princípios. Mas jamais serei refém de um sobrenome”, garante.

O paraibano completa a reflexão: “Não me sinto discriminado, mas é claro que há questionamentos sobre a minha capacidade. Um sobrenome ajuda, mas faz com que soframos mais cobranças. As pessoas esperam que um deputado de primeiro mandato, como eu, tenha a mesma desenvoltura de um senador [refere-se ao pai] que tem 24 anos de política.”

Para Efraim Filho, a indicação para a CCJ não se deve à influência do pai, mas à sua formação acadêmica. “O meu partido me indicou para a CCJ porque considerou meus títulos acadêmicos, sou advogado”.

O deputado Bruno Araújo justifica da mesma forma sua presença na CCJ. “O Congresso não é lugar para generalistas. Como sou da área jur&iacut

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