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Odorico, o político que pede perdão e nunca morre

Congresso em Foco

1/2/2010 6:20

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Edson Sardinha 
Assim como ocorre com políticos dados como mortos após estrondoso fracasso eleitoral, Odorico Paraguaçu ressuscitou. O prefeito de Sucupira, assassinado a tiros por Zeca Diabo na novela O Bem Amado, ergueu-se literalmente da tumba para estrelar a série que a TV Globo exibiu no início dos anos 1980. O homem que vinha de "sete palmos debaixo da terra" e que havia desafiado "a morte em uma queda de braço", voltava nos braços do povo. 
 
"Como é de conhecimento geral da nação, fui vítima de um atentado, um atentado inescrupulento e traiçoneiro. O criminoso sanguinolento e juramentado, a serviço da oposição maquiavelista e inescrupulenta, tentou me matar. Mas ele não sabia que eu, Odorico Paraguaçu, filho de Eleutério e neto de Firmino Paraguaçu, tenho o corpo fechado e lacrado, excetuando os orifícios que a natureza achou por bem deixar abertos",discursou em praça pública.
 
Mas o discurso do ressuscitado prosseguia: "Volto disposto a esquecer o pratrasmente. Eu volto só pensando no amanhã e no depois do amanhã. Volto com as mãos estendidas e o coração entreaberto porque a hora não é "de ai, ai, meu Deus, e valha-me, senhor do Bonfim. A hora é de bola pra frente e ordinário, marche. Botando de lado os entretantos e partindo pros finalmentes, de braços estendidos e coração escancarado."



 
"I'm here to kill the snake and show the stick"
 
Ao botar de lado o "pratrasmente", Odorico perdoava até o ex-algoz, Zeca Diabo, que acabaria chefiando sua segurança em viagem aos Estados Unidos. A comitiva do prefeito da fictícia cidade baiana tinha em mente uma proposta ousada: transferir de Nova Iorque para Sucupira a sede da Organização das Nações Unidas (ONU). Depois de se envolver em uma série de confusões na cidade, o "coronel" emendou um discurso num inglês pra lá de duvidoso e hilário.
 
Veja o vídeo com as legendas:


 
 
Com Odorico, a conveniência faz o discurso. Qualquer semelhança com a realidade política não é mera coincidência. O personagem criado por Dias Gomes e encarnado por Paulo Gracindo era de um cinismo cortante. "Se eu não fosse um homem que pensa com a cabeça e não com a sola da botina, era o que eu devia ter feito (matá-lo). E não ia me acontecer nada, nadinha de Deus. Eu tenho dinheiro pra comprar minha liberdade e ainda vorta troco", dizia, todo sorridente, o prefeito ao jornalista Neca Pedreira (Carlos Eduardo Dolabella), dono do jornal A Trombeta e seu adversário político.  


O modesto pecador
 
Político corrupto e mulherengo inveterado, Odorico Paraguaçu era um pecador "modesto" nas palavras de outro desafeto: o senhor vigário (Rogério Fróes). Bajulado pelo abobalhado Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) e pelas irmãs Cajazeiras (Ida Gomes, Dorival Duval e Dirce Migliacio) - solteironas com as quais mantinha caso amoroso às escondidas -, o prefeito de Sucupira era também um "homem de fé", sempre disposto a pedir perdão pelos "pecados cometidos". 


 
 
Primeira telenovela exibida em cores no Brasil, em 1973, o "Bem amado", de Dias Gomes, foi uma adaptação das peças teatrais "Odorico" e "Os mistérios do amor e da morte", também do dramaturgo. Os neologismos do político corrupto, demagogo e retrógrado ganharam as ruas. Em plena ditadura militar, os coronéis sem farda eram satirizados em horário nobre na TV. Alguns capítulos chegaram a ser censurados pelo regime ditatorial.
 
O sucesso da novela trouxe os personagens de volta ao ar no início dos anos 1980 em forma de seriado, já no período de transição democrática. De lá pra cá, os militares deixaram o poder, a censura deixou de existir, Dias Gomes, Paulo Gracindo e outros integrantes do elenco partiram. Mas Odorico Paraguaçu está mais vivo do que nunca. Em 2010, tem eleição em Sucupira. Sucupira, sem dúvida alguma, é no Brasil.
 
Leia ainda:
 
Odorico Paraguaçu vive; Sucupira é aqui

Odorico: "O Brasil vai acarajeizar a América"
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