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Congresso em Foco
17/11/2009 17:39
Fábio Góis
O debate sobre o setor elétrico continua em alta tensão no Senado. Depois de convites aprovados nas comissões de Infra-Estrutura (CI) e de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foram convidados para falar sobre o blecaute da semana passada também na Comissão de Relações Exteriores (CRE). O requerimento, apresentado nesta terça-feira (17) pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), foi aprovado há pouco por unanimidade na CRE, colegiado presidido pelo tucano Eduardo Azeredo (MG).
"Nós fizemos hoje o que eles fizeram ontem", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), referindo-se ao fato de a base ter se articulado para, antecipando-se à oposição, convidar Dilma e Lobão para audiências na CI, com o apoio presencial de 18 autoridades e técnicos do setor - que ficariam encarregados das perguntas "inconvenientes".
Base dribla oposição e convida Dilma e Lobão
Para Agripino, o fato de o presidente da CI, Fernando Collor (PTB-AL), ter apresentado e submetido à votação um requerimento nas circunstâncias de ontem - em plena segunda-feira, com poucos senadores na Casa, e sem a presença dos membros oposicionistas - mostra que o governo quer montar "um circo" favorável a Dilma e Lobão.
"Isso é pior do que um comício, é um circo, um grupo de 20 pessoas diante de uma platéia a discutir [o tema do apagão] de forma supostamente técnica, sem aprofundamento e superficial, sem apresentar sugestões de ação efetiva para combater o apagão", disse o senador potiguar, para quem o governo quer "jogar a poeira para debaixo do tapete" com a convocação de 18 profissionais - e não 20 - da área.
"[O governo] está querendo criar, com a vinda de 20 técnicos, uma grande encenação para dizer que havia cumprido com sua obrigação. Daí pra frente, é como Lobão disse: 'o assunto está encerrado'", acrescentou.
Caso não encerrado
Os ânimos oposicionistas ficaram acirrados depois de Lobão ter dito que o assunto estaria "encerrado", uma vez que o fornecimento de energia elétrica fora restabelecido "em poucas horas", e depois de Dilma ter classificado como "barbeiragem" o fato de um governo recorrer ao racionamento - referência velada ao problema que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso enfrentou em seu primeiro mandato, em 2001.
Ontem, por meio de nota (confira a íntegra), o Ministério de Minas e Energia afirma que o apagão da semana passada foi provocado por um curto-circuito. "Pouco depois das 22 horas da terça-feira passada, curtos-circuitos próximos à subestação de Itaberá, em São Paulo, provocaram o desligamento de três linhas de alta tensão que transportavam energia da usina de Itaipu e do sistema Sul", registra a nota (leia mais).
O requerimento aprovado na CI define que Dilma e Lobão compareçam na condição de convidados a qualquer momento da série de audiências públicas. Ou seja, os ministros têm a vantagem de marcar data e horário dos encontros, bem como a prerrogativa de ignorar perguntas que não queiram responder. Segundo o documento, a chefe da Casa Civil só participará das audiências em uma segunda fase, quando o governo já teria desgastado o debate. A primeira audiência foi marcada para o próximo dia 26.
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