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Depois de 7 horas, vigília em defesa da Amazônia é encerrada no Senado

Congresso em Foco

14/5/2009 2:59

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Fábio Góis

Depois de sete horas de solenidade no plenário do Senado, foi encerrada há pouco a vigília em defesa da Amazônia, iniciativa do movimento "Amazônia para Sempre", que tem como coordenadores os atores Vitor Fasano e Cristiane Torloni. A mobilização contou com a participação de parlamentares, grupos indígenas, entidades diversas e representantes da sociedade civil organizada, e teve como cicerones informais as senadoras Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, e Ideli Salvatti (PT-SC), presidente da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas.

Também estiveram presentes à vigília o sucessor de Marina no ministério, Carlos Minc e o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Magabeira Unger, além de personalidades como a cineasta Tizuka Yamasaki e o cantor e compositor brasiliense Renato Mattos.

O ato foi propiciado por meio de audiência pública conjunta das comissões de Mudanças Climáticas; de Meio Ambiente; de Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle; e de Direitos Humanos e Legislação Participativa. Tendo sido iniciada pouco depois das 19h desta quarta-feira (13), a vigília foi encerrada por Ideli, que presidia a "sessão", quando o relógio do plenário marcava 2h13 de hoje (quinta, 14), depois de número musical de Renato Matos e Keila Diniz - servidora do Ministério da Cultura que arrancou aplausos efusivos com a música "É verde".

Antes da apresentação musical, Cristiane Torloni e Vitor Fasano leram mensagens enviadas por seus colegas em manifestação de apoio à causa ecológica. A atriz leu as palavras do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf - que bancou a impressão, em papel reciclável, de abaixo-assinado com mais de um milhão de assinaturas, e do colega de profissão Tony Ramos. Já Vitor Fasano leu as mensagens do cantor e compositor Erasmo Carlos e da modelo internacional Gisele Bündchen.

MP da Amazônia

Se no Senado o clima era de celebração ao meio ambiente e de reflexão sobre os rumos da Amazônia brasileira, na Câmara a atmosfera remetia ao pragmatismo legislativo. Simultaneamente à realização da vigília, estava em apreciação no plenário a chamada MP da Amazônia - que, em linhas gerais, permite à União a transferência de terrenos de sua propriedade com até 1,5 mil hectares, na região da Amazônia Legal, sem que seja necessário processo de licitação.

Segundo opositores da matéria, a MP facilitaria a grilagem de terra e anistiaria responsáveis por crimes fundiários e devastação do bioma amazônico. Alheios às reclamações, os deputados aprovaram a medida, com rejeição de todos os destaques (leia). 

"Eu estou assustado, porque essa MP é um absurdo. 'Dizem' que ela facilitará a grilagem não, ela facilitará a grilagem", enfatizou Vitor ao Congresso em Foco, depois da maratona ecológica em plenário. "E o pior: vai propiciar que os brasileiros que sempre andaram na lei comecem a achar que não vale a pena mais seguir regra nenhuma, e que é muito melhor você transgredir porque será anistiado daqui a dez, 15 ou 20 anos."

Do alto de sua experiência como ministra e do status de referência internacional na luta pela ecologia, Marina Silva foi mais diplomática."A aprovação da MP foi um primeiro round, eu diria que foi apenas uma batalha. Digamos que foi uma partida - nós temos de vencer o campeonato, não quero usar aqui a linguagem de guerra", ponderou a petista à reportagem, lembrando que a "outra fase do campeonato" ainda vai ser disputada, quando a matéria for submetida à análise do Senado. "Vamos reparar os equívocos cometidos na Câmara dos Deputados." Do contrário, disse Marina, "restará ao presidente Lula vetar os atigos nefastos para a Amazônia e para a sociedade".

Já Cristiane Torloni teve a mesma reação da ex-ministra. "Não se vence uma guerra de uma vez, a gente vai tendo pequenas vitórias. A gente perdeu a Câmara; quem sabe a gente não vence no Senado?", disse Cristiane, acrescentando à reportagem que a mobilização "não pode ser dispersada". "Essa frase foi colocada durante a noite inteira, que isso deveria ser uma frente permanente de proteção à Amazônia. Nos mantenhamos em prontidão para isso: vai votar a lei? Vem todo mundo para cá, quem puder vir."

Para Cristiane, a "batalha perdida" na Câmara foi compensada pela manifestação do plenário do Senado. "Me sinto mais inteira. Com o Brasil fragmentado fica todo mundo partido. Acho bonito a gente se sentir mais unido, forte, mais integrado", declarou a atriz, deixando escapar analogia com a maior floresta tropical do planeta. "Não tenho sensação de leveza. Essa questão da Amazônia é densa, sabe?"

"Blowing in the wind"

Ao fim de uma vigília já marcada pela descontração - e, em certa medida, sono e cansaço -, Renato Matos presenteou os notívagos, em voz e violão, com duas músicas: "Semente" (Renato Matos / Áurea Lu / Paulo Tovar) e "Pra quê", "poema de Reinaldo Jardim", como informou o cantor à reportagem, depois da "canja". Mas, em contraposição ao clima de festa, Renato deu a nota:

"É um grande encontro, com cara de festa, mas, na verdade, não estamos festejando absolutamente nada", vociferou o cantor, sem trair a inquietude peculiar. "Estamos tentando alcançar essa festa, quando a consciência ecológica reinar na cabeça dos brasileiros, dos madeireiros, dos políticos, dos operários. A questão do meio ambiente não é nada mais que uma questão de educação."

Senadores como Arthur Virgílio (PSDB-AM), Serys Slhessarenko (PT-MT), Fátima Cleide (PT-RO) e Eduardo Suplicy (PT-SP) apreciavam o cancioneiro verde de encerramento - este último, depois de recitar um poema de Tiago de Melo, e em meio a aplausos "de pé", deu um beijo de "agradecimento" em Ideli e Serys, sentadas à Mesa.

E, por pouco, a platéia não ouviu "Blowing in the wind", de Bob Dylan, na voz do pai de Supla: antes de falar ao site, Renato Mattos anunciou ao microfone "uma palhinha" do senador petista. Tarde demais: Ideli, talvez prevendo o prolongamento da interpretação, dizia: "Esta sessão está encerrada." O microfone continuou ligado, mas Suplicy resignou-se: "Fica para a próxima."   

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