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Congresso em Foco
8/5/2009 21:19
Fábio Góis
O procurador da República no Distrito Federal, Gustavo Pessanha Velloso, afirmou hoje (sexta, 8) que vai solicitar a entrada da Polícia Federal nas investigações sobre os indícios de irregularidades praticadas pelo ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi. O procurador, indicado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para acompanhar o caso, já sob investigação da Polícia Legislativa da Casa, disse que oficializará o pedido até terça-feira (12).
Afastado da diretoria de RH por ter repassado a familiares o uso de apartamento funcinal, Zoghbi e sua esposa, a ex-diretora do Instituto Legislativo Brasileiro Denise Zoghbi, são alvos de uma ocorrência policial para apurar as declarações (depois desmentidas em depoimento), dadas pelo próprio casal em entrevista à revista Época, de que haveria no Senado um "imenso" esquema de fraudes em contratos e licitações supostamente operado pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia.
Além disso, Zoghbi é investigado em uma sindicância interna e um inquérito policial por ter usado a ex-babá de seus filhos - Maria Izabel Gomes, uma senhora de 83 anos - como laranja de empresas que teriam sido beneficiadas em esquema facilitação de operações de empréstimos consignados para servidores do Senado, mediante pagamento de propina. Maria aparece como dona de três empresas: DMZ Consultoria Empresarial, DMZ Corretora de Seguros e Contact Assessoria de Crédito. A revelação foi feita também pela revista Época. O esquema teria rendido cerca de R$ 3 milhões a Zoghbi.
Apesar de ter anunciado que pedirá a intervenção da PF, Velloso não explicou como se dará o trabalho conjunto entre o Ministério Público Federal e a polícia - que, segundo a oposição, é ó órgão que teria a isenção necessária para investigar os "generais desta Casa", como definiu o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
Em domicílio
Nesta sexta-feira (8), a ex-babá prestou depoimento à Polícia Legislativa do Senado. Dona Maria Izabel disse que, por ser de confiança - ela está com a família Zoghbi há 55 anos -, assinou documentos entregues por um dos filhos de João Carlos Zoghbi, Marcelo. Obviamente, sem saber do que se tratava.
Segundo Antonio Carlos de Almeida Castro, advogado contratado pela família, Maria Izabel está debilitada e não acompanha o caso. "Ela mal lê", disse Antonio, reforçando que a assinatura foi concedida devido à "confiança" da ex-babá em Marcelo.
"Desnecessário"
O diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Araújo Carvalho, disse que o trabalho da Polícia Federal no caso Zoghbi é "desnecessário", mas que não invalida o que está em curso institucionalmente.
Para Pedro, que garante ainda não ter sido comunicado pelo Ministério Público a respeito da participação da PF, as duas investigações em curso na Casa não têm pontos de convergência. "Uma coisa não tem a ver com a outra", argumenta.
Pedro e os delegados responsáveis pelos trabalhos investigativos no Senado se reuniram nesta sexta-feira com Gustavo Velloso, para discutir o assunto. Os agentes da polícia institucional puseram o procurador a par dos procedimentos e informaram sobre os depoimentos prestados até agora.
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