FSM não deve ser palanque eleitoral, diz fundadora

A diretora da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Maria Luiza Mendonça, espera que o Fórum Social Mundial (FSM) não seja usado como palanque político como em anos anteriores. Nesta edição, confirmaram presença o presidente Lula e mais quatro presidentes sul-americanos, além de ministros e governadores. Ela é também uma das criadoras do Fórum, que começa sua nona edição na próxima terça-feira (27) em Belém (PA).

Em entrevista à Agência Brasil, Maria Luiza revelou o desejo de que o protagonismo do fórum esteja nas organizações populares e de base. "Espero que esse fórum não seja um palanque eleitoral, não seja usado de forma eleitoreira. Se isso acontecer realmente o evento vai perder seu principal objetivo que é a construção de um mundo mais justo, mais igualitário e a defesa de um outro modelo de desenvolvimento”, afirmou em entrevista à Agência Brasil.

Maria Luiza disse a Agência Brasil que, nesta edição, será mais difícil o governo conseguir se auto-promover porque as atuais políticas adotadas vão de encontro aos princípios do FSM. “Em relação à administração petista e ao modelo de desenvolvimento adotado por esse governo, eu acredito que vai gerar muito mais críticas e polêmicas do que na época do governo petista do Olívio Dutra em Porto Alegre, que era mesmo um símbolo de democracia participativa.”

Além das questões políticas e ambientais, Maria Luiza afirmou na entrevista que as crises econômica e alimentar serão grandes focos da edição 2009 do FSM. “Mas é claro que ele se pauta por uma diversidade de organizações e pontos de vista. Essa é uma das características principais do evento”. A eleição de Barack Obama para presidência dos Estados Unidos e a guerra entre Hamas e Israel na faixa de Gaza são outros temas que devem marcar a edição do evento. (Mário Coelho)