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Congresso em Foco
24/1/2009 13:25
Veja
O manual da guerrilha
A barbárie, embora não seja exatamente uma novidade na trajetória do MST, é um retrato muito atual do movimento, que festejou seu aniversário de 25 anos na semana passada. Suas ações recentes, repletas de explosão e fúria, já deixaram evidente que a organização não é mais o agrupamento romântico que invadia fazendas apenas para pressionar governos a repartir a terra. Agora, documentos internos do MST, apreendidos por autoridades gaúchas nos últimos seis anos e obtidos pela revista, afastam a hipótese de a selvageria ser obra apenas daquele tipo de catarse que, às vezes, animaliza as turbas. O modo de agir do MST, muito parecido com o de grupos terroristas, é uma estratégia. A papelada – cadernos, agendas e textos esparsos que somam mais de 400 páginas – é uma mistura de diário e manual da guerrilha. Parece até uma versão rural, porém rudimentar, do texto O Manual do Guerrilheiro Urbano, escrito por Carlos Marighella e bússola para os grupos que combateram o regime militar (1964-1985). Os documentos explicam por que as ações criminosas do movimento seguem sempre um mesmo padrão. O registro mais revelador sobre a face guerrilheira do MST é formado por quatro cadernos apreendidos pela polícia com os invasores da Estância do Céu em maio passado. As 69 páginas, todas manuscritas, revelam uma rotina militarizada – e bandida. Dos 800 invasores que depredaram a fazenda Estância do Céu, no Rio Grande do Sul, por exemplo, 673 já foram identificados. Nada menos que 168 tinham passagem pela polícia. Havia antecedentes de furto, roubo e até estupro.
Alckmin agora é Serra
O governador de São Paulo, José Serra, fez uma manobra habilíssima na semana passada que o aproxima ainda mais de tornar-se o candidato tucano ao Palácio do Planalto em 2010. Ele convenceu o ex-governador paulista Geraldo Alckmin a participar de seu governo. Um dos grandes expoentes do tucanato, Alckmin será o secretário de Desenvolvimento de São Paulo. A pasta detém um dos maiores orçamentos do governo local, mas interessa ao resto do país por outros motivos. Alckmin não aceitou apenas integrar a gestão José Serra. Passou a ser também um soldado de seu projeto de suceder o presidente Lula. Há quatro anos, Serra se digladiava com Alckmin pelo controle do PSDB paulista. Em 2006, eles disputaram a candidatura do PSDB a presidente. Alckmin levou a melhor, mas perdeu a eleição. Em 2008, o embate se repetiu. Serra queria que os tucanos apoiassem a reeleição do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do DEM. Alckmin rejeitou os muitos apelos de Serra, concorreu com Kassab e perdeu. Agora abraçou o projeto serrista e ao mesmo tempo o seu próprio. Sem o apoio de Serra, Alckmin tem chances remotas de se lançar ao governo ou ao Senado pelo PSDB em 2010. O projeto "Serra 2010" não tem contestação em São Paulo. Mas o governador ainda precisa acertar os ponteiros além de suas fronteiras. Ou seja, conquistar a adesão do outro pré-candidato tucano, o governador mineiro Aécio Neves, que cumpre seu segundo mandato com níveis recordes de aprovação.
Humildade e realismo
Obama prestou juramento, tropeçou nas palavras e, durante dezoito minutos, sem nenhum fausto e nenhuma pompa, fez um discurso admirável pela humildade e pelo realismo. Disse que "o mundo mudou, e nós temos de mudar com ele", falou do "medo persistente de que o declínio dos Estados Unidos seja inevitável", sublinhou a gravidade da crise econômica e, claro, fez o que o planeta vinha esperando com ansiedade: anunciou o fim das políticas de George W. Bush, sentado a poucos metros dali. Desde a posse de Franklin Roosevelt, em 1933, um presidente não assumia rompendo tão abertamente com o antecessor. Não levantou a massa em nenhum instante, não se empenhou em criar uma frase lapidar para esculpir em mármore, mas deixou seu recado. Nos primeiros dias de trabalho, aí, sim, empenhou-se para instalar seu novo tom na Casa Branca. Mandou fechar as prisões secretas da CIA, entre elas Guantánamo, anunciou o fim da tortura e ordenou a divulgação de informações que o governo anterior mantinha sob sigilo. "Já tivemos segredos demais nesta cidade", disse. E reafirmou que seu governo se guiará "pela transparência e pelas leis".
Istoé
Virada à paulista
A decisão do ex-governador Geraldo Alckmin de aceitar um cargo no governo do ex-rival José Serra deu vida à máxima do deputado e escritor modernista brasileiro Menotti Del Picchia (1892- 1988) que dizia que a política é a arte de conciliar os interesses próprios, fingindo conciliar os dos outros. Pelo menos esse é o entendimento dos tucanos anti-Serra que receberam a notícia de que Alckmin seria o novo secretário de Desenvolvimento do Estado. Tratada como segredo de confessionário até a segunda-feira 19, a mais nova jogada de "Serrinha Paz e Amor" foi costurada pelo vice-governador, Alberto Goldman, que alinhavou durante duas semanas o acordo. Em campos opostos desde as eleições presidenciais de 2006, Alckmin viu-se nos últimos dias diante de uma sinuca de bico. A verdade é uma só, segundo os tucanos próximos ao ex-governador: caso José Serra perca a disputa interna no partido para a disputa presidencial, o primeiro a ter suas pretensões políticas anuladas seria o próprio Alckmin, que teria de se contentar com um mandato parlamentar, já que Serra iria à reeleição e não daria espaço para Alckmin no PSDB. E mais: o próprio Alckmin sabe que sua ida para outra agremiação não teria a mesma força que no ninho tucano. Fiel escudeiro de Alckmin, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, sentiu-se traído e não digeriu o que chamou intramuros de "atropelo paulista", a tentativa de se criar um fato consumado para as eleições de 2010. Aécio promete agir para devolver a cartada na mesma moeda. Para mostrar que está no jogo e que não vai tolerar imposições, o governador de Minas articula a realização - ainda para o segundo semestre deste ano - das chamadas prévias partidárias, instrumento no qual os filiados ao PSDB escolheriam o nome do candidato tucano à cadeira de Lula. Para isso, Aécio conta com o apoio do presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), com quem esteve reunido na quarta-feira 21. Na verdade, o tucano mineiro tem dito que "decisões de restaurante, nunca mais". A expressão refere-se à atabalhoada maneira como a cúpula do PSDB tentou impedir a candidatura de Alckmin a presidente da República.
A receita dos presidentes
Duas semanas antes de tomar posse, o presidente dos EUA, Barack Obama, reuniu-se com os três ex-presidentes do país e seu antecessor George W. Bush para um almoço de confraternização. Ao final do encontro, Obama admitiu a interlocutores que todos lhe deram conselhos úteis. A cena histórica nunca aconteceu no Brasil. Na última semana, ISTOÉ convidou os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso para que analisassem o cenário político e econômico com a posse de Barack Obama D e dessem sugestões ao presidente Lula. Para Sarney (1985 a 1990), o governo Lula está em boas condições de enfrentar a crise econômica. Segundo ele, o aumento no crédito e a liquidez da economia são medidas assertivas, porém, além da redução da taxa de juros, são necessários investimentos maciços em infraestrutra. Ou seja, obras e mais obras. Collor (1990 a 1992), que hoje faz parte da base de apoio de Lula no Congresso Nacional, também entende que o Brasil reage bem aos abalos econômicos, mas aconselha ao governo uma articulação mais vigorosa com a iniciativa privada na construção de melhores expectativas. Collor tem esperança de que a relação com Obama se traduza em ampliação do comércio exterior com o Brasil. Críticas mais duras a Lula foram feitas por FHC (1994 a 2002). Para ele, o governo é errático e Lula e sua equipe não foram capazes de detectar a profundidade e a extensão da crise em 2008 e iniciar uma redução ousada dos juros. Embora preocupado com o equilíbrio fiscal, FHC defende investimentos em infraestrutura para reativar a demanda, mas desconfia da competência de gestão para adotar esta receita.
Carta Capital
Cobiçada e inconstante
Grande vencedor das eleições municipais em 2008, o PMDB começa o ano naquele eterno figurino de noiva cobiçada, porém inconfiável. Na campanha pelas presidências da Câmara e do Senado, o partido flerta com todas as forças interessadas em se fortalecer na corrida pela sucessão de Lula, em 2010. No Senado, José Sarney entrou, salvo mudanças de rotas negociadas nos bastidores, de forma definitiva pelo cargo. Garibaldi Alves, atual presidente e colega de legenda, renunciou à aspiração de disputar a reeleição. Aceita presidir uma das comissões importantes, a de Constituição e Justiça, por exemplo. A candidatura Sarney quebra o acordo tácito entre o PMDB e o PT (o primeiro ficaria com a Câmara e o segundo, com o Senado). Mas quase ninguém tem coragem de enfrentar o ex-presidente, apesar de lideranças petistas no Congresso terem espalhado informação sobre a contrariedade de Lula com a decisão do peemedebista. Na Câmara, o PT ameaça romper o acerto, deixar de apoiar Michel Temer e unir-se ao bloquinho que lançou Aldo Rebelo. Temer, sabe-se, não teria problemas em entrar em qualquer barco, mas tem uma predileção pessoal pela nau de Serra. Há ainda o acerto eleitoral entre o PMDB paulista e o tucano, costurado nas últimas eleições municipais. O Planalto dá a entender ao seus líderes no Congresso estar de mãos atadas para interferir de modo mais incisivo nas duas disputas.
Época
Serra acua Aécio para disputa de 2010
No dia 23 de dezembro, o ex-governador Geraldo Alckmin voltou ao Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo paulista, onde morou e trabalhou por seis anos, para um encontro com o governador José Serra. Era uma visita inesperada. Dois meses antes, Alckmin havia perdido a eleição para prefeito de São Paulo em grande parte porque Serra apoiara seu concorrente, o prefeito Gilberto Kassab (DEM). Mas, naquele dia, Serra fez um movimento surpreendente. Durante a conversa, ele convidou Alckmin a integrar sua equipe de governo como secretário de Desenvolvimento. Alckmin ficou de pensar. O segredo foi mantido entre os dois e mais dois secretários de Estado por quase um mês. O pacto durou até a semana passada, quando Alckmin aceitou o convite e Serra anunciou oficialmente sua entrada no governo. Foi mais um movimento certeiro de Serra em direção a sua pretensão de se consolidar como o candidato do PSDB à Presidência da República em 2010 e enfraquecer a concorrência interna do governador de Minas Gerais, Aécio Neves. Serra é hoje o político mais bem colocado nas pesquisas de opinião sobre a sucessão presidencial, com 41% das intenções de voto. Aécio aparece em posição bem menos favorável, com 17%
Filhos de Lula arranjam emprego em prefeituras
Com a posse dos novos prefeitos, dois filhos do presidente Lula ganharam cargos públicos em prefeituras conquistadas por partidos da base de apoio do governo federal. A jornalista Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente com a enfermeira Miriam Cordeiro, virou secretária de Ação Social da Prefeitura de São José, município de 200 mil habitantes ao lado de Florianópolis, Santa Catarina. A cidade é administrada por Djalma Berger (PSB). Para não causar constrangimentos ao PT local, que faz oposição ao prefeito, Lurian se licenciou do partido de seu pai. O outro filho de Lula que arrumou emprego público é o psicólogo Marcos Cláudio Lula da Silva, de 37 anos. Marcos foi nomeado diretor do Departamento de Turismo e Eventos da Prefeitura de São Bernardo do Campo, em São Paulo, comandada por Luiz Marinho (PT), sindicalista que ocupou os ministérios do Trabalho e da Previdência e recebeu forte apoio de Lula durante a campanha eleitoral. Até ser nomeado, Marcos não tinha experiência anterior na área de turismo. Ganhava a vida como dono de uma pequena empresa de eventos, a FlexBr. No cargo, anunciou planos para aumentar a exploração do potencial turístico de São Bernardo.
Barack Obama: a realidade do mandato
Uma pesquisa da revista Time com a TV CBS informa que os americanos se dizem dispostos a dar até dois anos para que seu presidente resolva as grandes questões do país. É uma lua de mel inusitadamente longa – e provavelmente ilusória. Se algo der errado no início, se a percepção popular sobre Obama mudar, o tempo de tolerância encurta. “Ele tem mais ou menos seis meses”, afirma Mark McKinon, um consultor político ligado ao Partido Republicano. “É cinco meses e meio a mais que o normal.” Durante esse período, eis as principais questões que determinarão o sucesso – ou fracasso – de Obama: as guerras no Afeganistão e no Iraque, a economia real com risco de encolher até 5% em 2009 e o mercado financeiro, que fornece combustível para a maquinaria produtiva, encerrado numa crise que parece insolúvel, a saúde e energia.
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