Renan vai responder ao 5º processso
Congresso em Foco
15/10/2007 | Atualizado às 18:45
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O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai responder ao quinto processo no Conselho de Ética da Casa. A decisão foi tomada no final da tarde de hoje (15) pela Mesa Diretora, por cinco votos a favor e uma abstenção – a de Papaléo Paes (PSDB-AP).
O senador tucano disse que não poderia opinar sobre o assunto porque o DEM e o PSDB são os autores da nova representação contra Renan. O presidente licenciado da Casa é acusado de mandar espionar dois parlamentares da oposição – os goianos Demóstenes Torres e Marconi Perillo, ambos do PSDB.
A reunião foi dirigida pelo presidente interino da Casa, Tião Viana (PT-AC), que assumiu hoje a direção do Senado após o afastamento de 45 dias a que Renan decidiu se submeter na semana passada. “Queria louvar a coragem e a atitude por ele tomada”, elogiou Heráclito Fortes (DEM-PI). Ele também saudou a chegada de Viana ao plenário, no início desta noite, cobrando responsabilidades na condução do Senado: “Temos certeza que Vossa Excelência não vai decepcionar o país”.
A missão do petista é acalmar a Casa e retomar as votações. Por isso, na reunião da Mesa, ele lembrou aos colegas ser necessário apressar a tramitação dos trabalhos no Senado para abrir caminho à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a CPMF.
De acordo com Papaléo, os senadores decidiram se esforçar para começar a ordem do dia pontualmente às 16h. O desrespeito ao horário atrapalhava até o agendamento de audiências pelos parlamentares. Também ficou acertado que as PECs que acabam com o voto secreto deverão entrar em pauta amanhã (16) e quarta-feira (17).
Seis denúncias
Nesses cinco meses de crise no Senado, Renan teve apresentadas contra si seis denúncias. A primeira foi de usar recursos de uma empreiteira a quem destinou emendas parlamentares para pagar contas particulares. O processo foi julgado em plenário, mas Renan foi absolvido. O segundo processo – que está sobrestado – trata das supostas pressões que o presidente licenciado fez sobre órgãos públicos para beneficiar a cervejaria Schinchariol, denúncia considerada pouco consistente pelos senadores.
A terceira denúncia, uma da mais contundentes, diz que Renan comprou um jornal e duas rádios com o ex-deputado João Lyra (PTB-AL) usando “laranjas”. O caso foi entregue na semana passada para ser relatado por Jefferson Peres (PDT-AM). O processo sobre um suposto esquema de arrecadação feito por Renan em ministérios comandados pelo PMDB está a cargo do aliado Almeida Lima (PMDB-AL).
A acusação de mandar espionar Demóstenes e Perillo, recebida hoje à tarde, ainda vai para o Conselho de Ética. Se acontecer como nos outros casos, o presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), deve demorar até a indicação de um relator, justificando falta de parlamentares dispostos a assumir o trabalho.
A última denúncia conhecida foi publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo neste final de semana. Segundo a publicação, Renan destinou uma emenda para uma empresa fantasma em Alagoas construir casas populares. O real dono da empresa é um ex-assessor do senador e seu homem de confiança no estado, de acordo com o Estadão. (Eduardo Militão)
