O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) teve acesso nesta terça-feira (21) aos dados técnicos da lista dos 100 maiores desmatadores do país apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em setembro. Após divulgar o ranking dos grandes “inimigos” do meio ambiente, em que os assentamentos do Incra se colocavam nas seis primeiras posições da lista, o MMA teve que rever seu posicionamento e retirar o órgão federal do documento.
Em nota divulgada ontem (21), o Incra esclareceu que o entendimento inicial da pasta do Meio Ambiente estaria equivocado. “Existe um acordo entre os ministros Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, e Carlos Minc, do Meio Ambiente, de que não é razoável comparar o desmatamento em um espaço onde vivem cerca de mil famílias com um espaço onde uma única família desmata, sozinha, milhares de hectares de vegetação”, disse o Incra em nota, que reiterou que eventuais divergências entre os ministérios estão sendo tratadas em “fórum adequado”.
Na semana passada, o ministro Carlos Minc divulgou nova lista, contendo apenas o nome dos 90 maiores desmatadores, entre pessoas físicas e instituições. Por conta do mal-estar provocado pela presença do governo federal entre os que contribuem para a devastação das florestas brasileiras, o MMA eliminou os dez assentamentos de reforma agrária do Incra que constavam na lista. Na mesma linha política, o Ministério do Meio Ambiente, que aplicará multas aos infratores da lista, reverteu essa penalidade do órgão federal para prestação de serviços ecológicos. (Renata Camargo)