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Congresso em Foco
17/9/2008 | Atualizado às 20:00
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse hoje (15), em depoimento à CPI dos Grampos na Câmara, que foi informado pelo Exército de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pode ter equipamentos com condições de realizar grampos telefônicos. Segundo Jobim, a aquisição desses equipamentos foi feita por meio de um convênio entre o Exército e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Planalto.
O depoimento do ministro da Defesa contradiz o depoimento do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, ministro Jorge Félix, prestado no início da tarde de hoje à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência. De acordo com Félix, a Abin tem equipamentos apenas para “realizar varreduras”.
Jobim também reafirmou que o afastamento da cúpula da Abin ocorreu pelos indícios da participação de integrantes do órgão na Operação Satiagraha. Segundo o ministro, a participação de integrantes da Abin na Satiagraha caracteriza um “desvio de função”. “Isso é um crime comum. Não compete a mim julgar. É uma área que está em outro poder, e não no Executivo”, afirmou.
"Se confirmada a suspeita de participação de agentes da Abin, fica inviável o retorno dessas pessoas?", questinou o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). "Cada coisa no seu tempo ou como diria o senhor Ullysses [Guimarães], cada dia na sua agonia", respondeu Jobim.
O ministro afirmou aos parlamentares, no entanto, que a pasta sob o seu comando já abriu inquérito para apurar se militares participaram da operação policial que culminou na prisão do banqueiro Daniel Dantas. “A informação que tive foi a de que o sargento Idalberto Matias Araújo indicou Ambrósio para a operação Satiagraha”, afirmou o ministro.
De acordo com a revista Época, o sargento Idalberto e o major da Aeronáutica Paulo Ribeiro Branco Júnior se reuniram com o delegado Protógenes Queiroz, que conduziu as investigações da Satiagraha, e com o ex-agente do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento.
Já a revista IstoÉ afirma que Ambrósio coordenou, na Polícia Federal, escutas telefônicas contra congressistas, ministros e jornalistas.
Jobim negou que o Exército tenha equipamentos para realizar grampos telefônicos. “O Exército não comprou maleta de interceptação para uso próprio. Todo material adquirido foi passado para Abin”, afirmou. Segundo o ministro, atualmente, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) avalia a capacidade desses aparelhos de realizarem escutas telefônica. Jobim ressaltou, no entanto, que a agência de inteligência não tem autorização legal para realizar qualquer tipo de grampo. (Erich Decat)
Atualizada às 19h06
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