O promotor distrital de Nova York, Robert Morgenthau, disse ontem (10) à agência Reuters acreditar que o deputado Paulo Maluf (PP-SP), ex-prefeito de São Paulo, “roubou” US$ 120 milhões dos cofres públicos na execução da obra da Avenida Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada).
"Cobramos Maluf por US$ 11,5 milhões [R$ 23,2 milhões] porque nós temos as provas. Mas nós achamos que ele roubou US$ 120 milhões [R$242,7 milhões] naquele projeto", disse o promotor.
A assessoria do deputado disse à Reuters que o caso é resultado de perseguição política e que Maluf nunca teve conta bancária em Nova York.
O ex-prefeito e outras quatro pessoas foram indiciadas no mês passado por um júri popular de Nova York. A partir de uma investigação liderada pelo escritório de Morgenthau com a cooperação de autoridades brasileiras, eles são acusados de roubo e conspiração.
O promotor americano disse à Reuters que o projeto da antiga Avenida Água Espraiada deveria custar US$ 200 milhões, mas acabou custando US$ 600 milhões, em grande parte por meios ilegais.
De acordo com Morgenthau, Maluf transferiu US$ 11,5 milhões para um banco em Nova York e, de lá, para outra conta em Jersey. O deputado diz que jamais teve conta no exterior.
Morgenthau disse que seu escritório adquiriu ordens judiciais autorizando-o a entregar notas da investigação do júri para autoridades brasileiras. As deliberações do júri normalmente são mantidas em sigilo, informa a Reuters. (Edson Sardinha)