Mais de seis mil manifestantes saíram às ruas de Montevidéu para protestar contra a política do presidente americano, George W. Bush, que chegou ao Uruguai ontem à noite, após rápida passagem pelo Brasil. Cartazes com inscrições como “Fora, Bush”, “Perigo, Bush está aqui” e “Bush assassino” ganharam as principais vias da capital uruguaia.
Dezenas de manifestantes encapuzados quebraram vidros de duas lojas do McDonald's e também de uma igreja na principal avenida da capital, informa a agência Reuters. Cerca de quatro mil pessoas protestaram em ato convocado pelo sindicato único de trabalhadores uruguaio aos gritos de “Cuba sim, ianques não”. A entidade é ligada ao partido do governo, o esquerdista Frente Amplio.
Bush e sua comitiva foram recebidos ontem à noite pelo chanceler uruguaio, Reinaldo Gargano, no Aeroporto Internacional de Montevidéu. Daqui a pouco, às 9h (horário de Brasília), ele se reúne com o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, na estância presidencial de Colonia, 200 quilômetros o oeste de Montevidéu.
Vázquez tem sugerido a possibilidade de assinar um Tratado de Livre-Comércio com os EUA para melhorar a economia local, o que irritou seus sócios no bloco Mercosul, integrado também por Argentina, Brasil, Paraguai e Venezuela.
Ontem, em Buenos Aires, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que a visita de Bush à América Latina tinha como objetivo de dividir a região. “Estamos na presença de um verdadeiro cadáver político. O presidente dos Estados Unidos é hoje um cadáver político”, sentenciou.
Nesta tarde haverá uma recepção oferecida pelo embaixador Baxter em homenagem a Bush e sua mulher. O presidente americano deixa o país no domingo, rumo a Bogotá, na Colômbia, onde permanecerá por apenas seis horas. Após a Colômbia, Bush visitará Guatemala e Mexico.