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Jogando e proibindo a jogar

Congresso em Foco

22/5/2007 | Atualizado às 15:40

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Sylvia Romano*

O jogo foi proibido no Brasil a pedido de dona Santinha, esposa do presidente Eurico Gaspar Dutra, há mais de 60 anos. Desde então, instituiu-se a contravenção na exploração das jogatinas, que, assim como o jogo do bicho e as rinhas de galo, vêm sendo combatidas pela polícia.

Paralelamente, o Estado, por meio de suas loterias, mega-senas e outras formas de jogos de azar, está aí explorando a ingenuidade da maioria, dando margem para o "esquentamento" do dinheiro frio. Há um certo tempo, um parlamentar chegou a declarar que havia ganhado não apenas uma, mas inúmeras vezes, tentando nos convencer de que seria apenas um grande sortudo. Mas, por outro lado, o lucro dessas loterias – que é imenso –, ainda é revertido para a sociedade e, de certa forma, permite ao povo sonhar.

Há uns 15 anos, a questão dos jogos voltou à tona e, por meio de uma daquelas brechas da nossa Constituição, foi admitido o estabelecimento dos bingos, desde que uma ínfima parcela fosse voltada ao esporte, graças à chamada Lei Pelé. Com a norma, o bingo se instalou de vez no Brasil e, ao mesmo tempo em que empregou muita gente, levou uma multidão à desgraça e enriqueceu seus poucos proprietários de forma inimaginável.

O pior de tudo foi que a corrupção veio junto, pois essas organizações criminosas, visando a manter o seu status quo e garantir para sempre o seu funcionamento, começou a corromper todos os níveis das instituições jurídicas, políticas e policiais do país.

E quem ganhou com a Lei Pelé? O esporte não levou praticamente nenhuma vantagem. Uma associação de turfe emprestou seu registro para mais de 15 bingos e, segundo o presidente da entidade, nunca foi visto um níquel sequer. Enquanto isso, o jogador viu o seu dinheiro sumir a cada partida e ficou cada vez mais pobre, bem como idosas entediadas acabaram viciadas e perdendo o pouco que tinham – lembro-me do caso de uma que chegou até a ser assassinada para que uma outra continuasse jogando...

Excluindo-se os proprietários dos bingos, todos acabaram perdendo. O jogador sempre perde, o esporte nada ganhou, várias autoridades acabaram se corrompendo e encerraram suas carreiras de forma desonrosa. O país então, nem se fala, que vergonha, acabou não ganhando nada!

A única coisa louvável em relação a todos esses acontecimentos é a atual postura das nossas autoridades de ordenar o fechamento de alguns dos famigerados bingos, o que deveria ser estendido a todos. A liberdade é um dos maiores bens do ser humano, mas desde que exercida com responsabilidade. Se o jogo vicia, deve ser proibido, sim, ou, então, vamos liberar todas as drogas, pois que eu saiba essas também viciam e, por isso, é que são proibidas.

Não costumo elogiar os nossos mandatários, sou mais crítica. Mas, nesse caso, tenho de dar os parabéns!

*Sylvia Romano é advogada trabalhista, responsável pelo Sylvia Romano Consultores Associados, em São Paulo.

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