Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
5/4/2007 | Atualizado às 10:00
Uma das 25 pessoas presas durante a Operação Antídoto, o empresário Nivaldo Aranha da Silva, proprietário da Globo Distribuidora de Medicamentos, envolveu o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), num esquema de caixa dois. A denúncia foi feita em depoimento à Polícia Federal ao qual a Folha de S. Paulo teve acesso.
Nivaldo também declarou que entregou “pessoalmente” propina” aos deputados federais Jurandil Juarez (PMDB) e Sebastião Rocha (PDT) para conseguir vencer licitações. O empresário é um dos principais envolvidos no esquema de fraudes na compra de medicamentos pela Secretaria de Saúde do Amapá, que, de acordo com a PF, provocou prejuízos de mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos.
Segundo reportagem de José Maschio, Nivaldo contou que, em setembro de 2006, foi procurado pelo então chefe de Gabinete da Secretaria de Saúde do Amapá, José Gregório Ribeiro de Farias, para participar de um esquema de pagamentos fictícios com o objetivo de liberar cerca de R$ 2 milhões para a campanha do PDT e de partidos coligados.
Pela proposta, a Globo Distribuidora receberia um pagamento de R$ 1 milhão como se tivesse vendido remédios ao governo. Nivaldo disse que recebeu o dinheiro e devolveu R$ 600 mil para o caixa dois da campanha estadual do PDT, entre o final de setembro e o início de outubro de 2006.
O acerto também teria sido feito o dono da JR Hospitalar, Aparício Couto Júnior. Mas, segundo Nivaldo, o empresário não teria cumprido o acordo e fugido com o dinheiro. Aparício acabou sendo preso na primeira fase da Operação Antídoto, em Belém (PA). O dono da Globo Distribuidora entregou à PF comprovante do deposito de R$ 100 mil que teria feito para a campanha de Waldez Góes ainda na campanha de 2002.
Defesa
Nivaldo disse ainda que pagou R$ 100 mil "pessoalmente" ao ex- secretário de Planejamento e Orçamento, eleito deputado federal, Jurandil Juarez (PMDB). Jurandil nega ter recebido o dinheiro. Os pagamentos para o deputado Sebastião Rocha (PDT) teriam acontecido no período entre 2003 e 2004, quando ele era secretário de Saúde do Amapá. Rocha contesta a denúncia e diz que bloqueou pagamentos à Globo Distribuidora durante sua gestão.
Procurado pela Folha, o governador negou, por meio de sua assessoria, todas as acusações. Disse que apóia as iniciativas da Polícia Federal e do Ministério Público no combate a todo e qualquer ato lesivo aos cofres públicos e informa ainda que implantou a modalidade de pregão eletrônico para compras.
O governador enviou à reportagem cópia de pedido ao BB, protocolado em 25 de novembro de 2002, solicitando o estorno do lançamento de R$ 100 mil em sua conta de campanha, por não ter emitido recibo do pagamento feito por Nivaldo Aranha Silva. (Edson Sardinha)
Temas
IMUNIDADE PARLAMENTAR
Entenda o que muda com a PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara
MANOBRA NA CÂMARA
Eduardo Bolsonaro é indicado a líder da Minoria para evitar cassação