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Congresso em Foco
28/3/2007 | Atualizado às 12:31
Durante o tempo em que o deputado Carlos Wilson (PT-PE) presidiu a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero), a Oficina Cerâmica Brennand forneceu material usado nas reformas de diversos aeroportos brasileiros. Segundo matéria publicada no jornal Correio Braziliense, a empresa pertence a Francisco Brennand, pai da esposa de Carlos Wilson, Maria Helena Vasconcelos Brennand. Pouco tempo depois, Maria, na época diretora comercial da oficina, doou R$ 120 mil para a campanha eleitoral do marido.
Ainda segundo o Correio, nos três anos e três meses que Carlos Wilson ocupou a presidência da Infraero, empreiteiras contratadas, por meio de licitação, para modernizar a estrutura dos principais aeroportos do Brasil utilizaram material fabricado pela Oficina Brennand para revestir pisos e paredes. A cerâmica foi utilizada nos terminais de Guararapes (Recife), Santos Dumont (Rio de Janeiro) e Mário Aloísio (Maceió).
De acordo com o Correio, os sócios da empresa são o próprio Brennand, a mulher Deborah Vasconcelos Brennand e duas filhas, Maria da Conceição e Maria Helena, as responsáveis por tocar os negócios. A mulher de Carlos Wilson ocupou o cargo de diretora comercial da empresa entre março de 2005 e março deste ano.
A prestação de contas eleitoral de Carlos Wilson, disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelou que Maria Helena financiou parcela significativa das despesas de campanha do marido. A empresária repassou a ele R$ 120 mil. Somados ao que o candidato tirou do próprio bolso (R$ 165 mil), o casal respondeu por mais da metade dos recursos. Wilson declarou receitas num total de R$ 571,5 mil. Amigo do presidente Lula, ele conquistou vaga na Câmara com 141,2 mil votos.
Denúncias
De volta ao Parlamento desde 1º de fevereiro, o petista foi envolvido em uma série de denúncias de irregularidades em contratos da Infraero. Há suspeitas na aplicação de recursos públicos em obras de infra-estrutura, avaliados em R$ 2,7 bilhões, em oito aeroportos do país. Auditorias preliminares do Tribunal de Contas da União (TCU), realizadas ao longo de 2006, constataram como a cifra foi inflada por sobrepreços e superfaturamento em processos de licitação e contratos de serviços. Por trás dos problemas, técnicos do tribunal levantaram indícios de ação orquestrada pela cúpula da Infraero com diferentes fornecedores.
A pedido do ministro da Defesa, Waldir Pires, a Controladoria Geral da União (CGU) também entrou no caso e apura irregularidades na contratação, por R$ 26,8 milhões, de mídia eletrônica nos aeroportos brasileiros. Depois de se instalar na sede da empresa, a CGU decidiu ampliar a investigação. Foi a pedido da Controladoria que o ex-diretor financeiro da Infraero Adenhauer Figueira Nunes foi afastado do cargo.
As irregularidades investigadas pelo TCU reforçam o coro da oposição pela instalação da CPI do Apagão Aéreo na Câmara. Depois de uma reação da base governista, que conseguiu barrá-la, a apuração parlamentar dependerá, agora, de decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que julga mandado de segurança de autoria do PSDB, PFL e PPS pela abertura da comissão.
O ex-presidente da Infraero e deputado Carlos Wilson (PT-PE) afirmou ao Correio não há irregularidade em sua prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. O petista disse que sua mulher, Maria Helena Brennand, fez doação como pessoa física, mas não há qualquer relação entre o dinheiro utilizado na campanha e a Oficina Cerâmica Brennand, empresa da qual Maria Helena apareceu como sócia e que forneceu material de reforma de aeroportos brasileiros. "Há mais de 30 anos a Brennand (empresa) fornece material para os aeroportos, como obras de arte", defendeu-se. Ele citou o exemplo do mural de autoria do artista plástico Francisco Brennand fixado no terminal de Guararapes, na capital pernambucana, no final da década de 1950.
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