A análise dos depoimentos e documentos entregues à CPI dos Sanguessugas mostrou que serão poucos, aproximadamente 15, os parlamentares que deverão ser inocentados da acusação de integrar a máfia das ambulâncias. Contra a maioria pesam provas e indícios que ainda serão apurados pelos membros da comissão.
Em aproximadamente cinco horas de um depoimento reservado, o empresário Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam, inocentou uma minoria dos parlamentares citados. Haveria provas suficientes contra 50 parlamentares.
O sócio da Planam prometeu ao relator da CPI, Amir Lando (PMDB-RO), encaminhar novas provas contra os parlamentares que teriam se beneficiado do esquema de corrupção.
Acareação
Amir Lando e o sub-relator da comissão,
Carlos Sampaio (PSDB-SP) colocaram hoje frente a frente Luiz Antônio Vedoin, o empresário Ronildo Medeiros, cuja empresa estaria envolvida com a máfia, e Marcelo Cardoso de Carvalho, assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), acusado de receber propina do esquema.
A acareação durou cerca de 20 minutos e nada acrescentou às investigações. Os três mantiveram suas versões para o caso.
Carlos Sampaio avaliou que, dentre as histórias ouvidas, a apresentada pelo assessor de Suassuna não é crível.
Acusado de receber R$ 225 mil do esquema, Carvalho disse que os recursos que recebeu foram para o pagamento de um barco que teria vendido, mas que ainda estava sob seus cuidados. "É uma versão que a mim não convenceu", afirmou Sampaio.
Diante das dúvidas, o relator disse que pode partir para a quebra dos sigilos bancários dos assessores. As informações, no entanto, não chegariam à CPI antes da apresentação do relatório final, no dia 10 de agosto.