Num encontro a portas fechadas para formalizar apoio à candidatura de José Serra (PSDB) ao governo de São Paulo, o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), disse nesta sexta-feira que a direção do partido deve apoiar uma aliança com o tucano Geraldo Alckmin na eleição presidencial para evitar coligação com "ladrão". Mesmo sem citar o nome do presidente Lula, segundo a reportagem de O Globo, o recado de Freire tinha ele como alvo:
"Contesto este governo (PT) não apenas no campo ético, mas no campo moral, da decência. E temos de ter também a coragem de quando alguém vem dizer para mim : 'Mas você está com Alckmin? Mas não estou com ladrão. Com ladrão, não. Estou com o Alckmin'", disse Freire, na reunião em um hotel na capital paulistana, que teve a participação de Serra.
Segundo a matéria de Flávio Freire, as declarações do presidente do PPS, gravadas por um dos participantes da reunião, são repletas de ataques ao PT.
"Há certo patrulhamento, como se fazer essa aliança PSDB-PFL manchasse um pouco a nossa história. Manchar a história é se fizermos aliança com o PT. Esse que enxovalhou a esquerda, envolvendo-a naquilo que nunca esteve envolvida. Podemos ter cometido todos os erros, menos nos aliarmos à corrupção. Isso não é da nossa história."
Depois, em entrevista, Freire voltou ao ataque. "O partido fez uma autocrítica. A avaliação que se faz hoje do governo do PT é que é uma fraude. Não apenas uma decepção. Um governo conservador, de direita e envolvido em corrupção", disse Freire. "O problema é que o governo do PT é a própria corrupção."